terça-feira, 6 de abril de 2010



México, 5 abr (EFE).- Um mês depois da lei que permite o união entre pessoas do mesmo sexo ter entrado em vigor na Cidade do México, a capital registrou a realização de 88 casamentos homossexuais, informou hoje o Governo da metrópole.Foram 50 casais de homens e 38 de mulheres; a maioria dos noivos tem entre 31 e 40 anos, embora também tenham sido registradas uniões entre menores de 20 anos.A norma, que tem efeito apenas no Distrito Federal, foi impulsionada pelo Governo de esquerda da cidade e provocou rejeição, principalmente do governista Partido da Ação Nacional (PAN).Vários estados governados por este partido apresentaram controvérsias constitucionais perante a Suprema Corte, que foram desprezadas pelos magistrados. A Promotoria federal também se opôs, e a impugnação segue sob o exame do alto tribunal.A lei aprovada na Cidade do México permite aos casais diferenciar o regime legal de seu casamento, como podem fazer os casais heterossexuais: a maioria optou pelo regime de comunhão de bens (59), e o resto pelo de separação.O Registro Civil da metrópole tem 37 bodas entre pessoas do mesmo sexo pendentes marcadas para abril, maio e junho.A capital é o estado do país onde a comunidade homossexual se manifesta mais abertamente, apesar dos líderes ativistas considerarem que ainda existe uma homofobia considerável e que é preciso trabalhar mais pela conquista de direitos.Já nos outros estados do país, particularmente os rurais e de governo conservado, a situação dos homossexuais está pior segundo os coletivos gays.Nos últimos anos, o Executivo da capital aprovou uma série de leis que tiveram uma forte rejeição da direita, como a criação das sociedades de convivência (precursoras dos casamentos gays) e a do bom morrer.A mais polêmica foi a descriminalização do aborto em 2007 e sua prática em hospitais públicos, que contrasta com a tendência contrária que se vive em mais da metade dos estados do país, que optaram por penalizar esta prática.

São Paulo vai ganhar na segunda quinzena de maio sua Central de Informação Turística GLS (CIT GLS), a primeira da cidade e do Brasil. O serviço vai funcionar na ONG Casarão Brasil, na Rua Frei Caneca, 1057, e tem como objetivo informar o turista colorido sobre eventos, atrativos turísticos e mais um monte de lugares de interesse do público LGBT. A Central vai funcionar gratuitamente das 10 às 19h com atendentes bilíngües para garantir que todo mundo seja entendido, sem trocadilhos, claro. A iniciativa é uma parceria da São Paulo Turismo (SPTuris), São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual (Cads), Associação Brasileira de Turismo para Gays Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS) e Casarão Brasil. Para o titular da Cads, Franco Reinaudo, “a criação da CIT GLS reafirma o compromisso da prefeitura de São Paulo com a hospitalidade inclusiva e o respeito em relação à diversidade sexual”. Mais informações no site o www.cidadedesaopaulo.com.

Segundo a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), já chega a 10 o número de Estados brasileiros que aceitam o uso do nome social para alunos e alunas transexuais e travestis. O resultado faz parte de um esforço conjunto entre a ABGLT e a Articulação Nacional de Travestis (Antra) lançado em 29 de janeiro de 2009.Aceitam o nome social de alunos maiores de 18 anos em seus documentos escolares da rede pública de ensino os Estados de Goiás, Santa Catarina, Paraná, Piauí, Paraíba, Pará, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Alagoas. Existem também decisões pontuais como a Secretaria de Educação de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Neste domingo, 04, o programa Fantástico exibiu uma matéria sobre saída do armário, aproveitando o gancho do outing de Ricky Martin. Além de contar um pouco da trajetória do porto-riquenho que cultivava a imagem de galã hétero, a reportagem conversou com o cantor baiano Netinho, que há algum tempo havia revelado que já se relacionou com homens. Mas o artista não gostou nada da maneira como sua entrevista foi editada. Através de um post publicado em seu blog nesta segunda-feira, Netinho lamentou que o Fantástico tenha disperdiçado "uma bela oportunidade de aprofundar o assunto sem ser tão superficial como foi". Segundo Netinho, ele só concordou em dar a entrevista para passar sua visão sobre o assunto. Ele aproveitou para publicar a íntegra da entrevista e você confere o relato a seguir:"Vivi uma experiência de relação com uma pessoa do mesmo sexo, relação essa que teve a mesma base de sustentação de qualquer outra relação: a paixão, o amor, o companheirismo e tudo o que de positivo você conseguir imaginar que pode acontecer entre duas pessoas. O fato de ter tido junto a mim uma pessoa do mesmo sexo não me modificou em nada como homem, como pai, como filho, como irmão e como amigo. Ao contrário, apenas me acrescentou. Me mostrou que o amor tem uma dimensão muito maior do que a que eu imaginava. Me mostrou que o amor está acima de cor, raça, idade, condição financeira, sexo, de tudo!Meu jeito de falar, de andar, de vestir, de pentear... nada disso foi alterado. Eu continuei a ser a mesma pessoa, prezando a minha masculinidade, gostando de fazer as mesmas coisas, tendo a mesma relação com o espelho, com o meu eu interior e com os outros.Nunca falei em lugar algum que sou "gay" pois não gosto da conotação que esta palavra tem aqui no Brasil. E não gosto de me rotular. Em nada. Não sinto que tenho que me situar numa categoria. Hoje o meu amor, o meu desejo podem estar direcionados a uma pessoa do sexo oposto e amanhã a uma do mesmo sexo. Isso pra mim não importa desde que estas relações sejam sempre motivadas pelo amor.Na minha opinião, a palavra 'Homossexual' tomou uma conotação por demais ligada ao corpo e ao sexo. Este fato transmite uma idéia errada a quem nunca viveu esse tipo de relação. Na verdade, o que une duas pessoas do mesmo sexo numa relação é o sentimento que sentem uma pela outra. E no amor, você não escolhe, não direciona. Aquilo que todos chamamos de orientação sexual deveria ser antes chamada de orientação afetiva.Quando você já está vivendo uma coisa intensa e ainda não conseguiu encontrar dentro de você a forma de lidar com a 'novidade', com a 'realidade', seu instinto é se esconder, preservar ainda mais a sua privacidade de forma que ninguém invada um terreno que você ainda não conhece bem para poder falar a respeito. Com o tempo você adquire a certeza de que nada mudou. Com o tempo me vi o mesmo, só que muito mais feliz, apaixonado!Passo à minha filha, aos meus amigos, e a quem posso, através da minha profissão, a mensagem de que nada que você faz por amor é em vão. Encorajo a que as pessoas corram atrás do verdadeiro amor nas suas vidas, esteja ele onde estiver. Sinto-me um homem muito completo e realizado com as experiências que tive. Aos que neste mundo ainda não entenderam que as coisas acontecem assim, só posso lamentar e desejar que encontrem o seu verdadeiro amor pois lhes trará muita luz com respeito a este assunto e a muitos outros."