sexta-feira, 4 de novembro de 2011




O casamento de Carlos Tufvesson e André Piva, juntos há 16 anos, está marcado para o dia 14 de novembro próximo, com direito a festa no MAM do Rio. O casal manteve a celebração, mesmo depois de saber que a Vara de Registro Público do Rio negou o direito de transformar sua união estável em casamento, o que contraria decisão recente do STF. O casal recorrerá à Justiça.
Vale lembrar que Carlos Tufvesson é uma das pessoas que mais lutou para que o casamento gay fosse aprovado no Brasil e hoje está a frente do CEDS _Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual_ órgão ligado ao gabinete do Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que tem a missão de implantar políticas públicas de inclusão e defesa da população LGBT da capital fluminense.
MixBrasil 


Revelado como o verdureiro Vanderlei, em A Favorita (Globo), Alexandre Nero diz que se sentiria realizado profissionalmente se caísse em suas mãos o papel de um personagem gay.

O ator contou que não se importaria se a representação fosse caricata.
“Tenho vontade de interpretar um gay e não me importo se ele for caricato. Não gosto de personagens caricatos, mas depende do tipo de programa. Além disso, há gays extremamente masculinizados e outros mais femininos, não existe uma regra de comportamento.”
O curitibano, que recentemente terminou seu casamento de dez anos com a atriz Fabíula Nascimento, disse que, enquanto não está trabalhando, gosta de ficar postando polêmicas em seu Twitter.
“Gosto de brincar com bobagens no Twitter, criar brincadeiras e polêmicas e fazer afirmações das quais eu mesmo discordo. Acho interessante porque ali não é TV, não tem personagem, posso dar minhas opiniões.”
Cena G


A cantora Lady Gaga anunciou que irá criar uma fundação voltada para ajuda a jovens com problemas como bullying e baixa auto-estima.

Batizada de Fundação Born This Way, o projeto de Gaga receberá apoio da universidade de Harvard e da Fundação MacArthur, uma das maiores instituições de caridade dos EUA.
A fundação deve ser dirigida pela cantora e sua mãe, Cynthia Germanotta.
Cena G

terça-feira, 1 de novembro de 2011


A partir do ano que vem, as secretarias estaduais de Segurança Pública vão construir políticas públicas de enfrentamento à violência contra homossexuais. As ações fazem parte de um protocolo de intenções que está sendo elaborado pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) e pelo Ministério da Justiça (MJ).

O protocolo será apresentado durante a Conferência Nacional LGBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais), em dezembro. De acordo com a secretária nacional de Promoção dos Direitos Humanos da SDH, Nadine Borges, entre as ações estão o monitoramento das políticas contra a discriminação e a criação de redes de proteção para implementar centros de referência.
Segundo a secretária, dados do Disque Direitos Humanos, o Disque 100, mostram um grande volume de denúncias de violações de direitos de homossexuais. O módulo LGBT do Disque 100 foi inaugurado em janeiro deste ano. Até o dia 30 de setembro, a central recebeu 856 denúncias de violação de direitos da população LGBT, como violência física, discriminação e abuso sexual.
“O principal é a violência psicológica. O percentual atinge 44% das denúncias. Devido ao aumento desses casos de violência resolvemos pensar na constituição desse protocolo”, explicou a secretária.
A expectativa, disse Nadine, é que o protocolo de intenções estimule a cultura de combate à discriminação em função da orientação sexual no Brasil.
Cena G

A Absolut inovou e resolveu comemorar uma data de um posicionamento de mídia. A marca está celebrando seus 30 anos de Marketing focado em lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais nos Estados Unidos, segundo o site do The New York Times.

A empresa investe cerca de US$ 4 milhões em um conjunto de ações com o tema “Absolut Outrageous”, algo como Absolut Escandalosa, focadas na cor rosa e com a assinatura “Celebrating 30 years of going out and coming out”, ou “celebrando 30 anos saindo do armário”, em uma tradução livre.
O início do histórico da Absolut com a temática começou com anúncios em revistas norte-americanas focadas no público LGBT, em 1981, época em que a escolha do target era bem incomum. As primeiras iniciativas foram seguidas por eventos em bares, doações a organizações que lutam pela causa e, mais recentemente, o patrocínio de programas no canal de TV paga Logo, direcionado para telespectadores LGBT.
As comemorações focam na mensagem de que a Absolut foi a primeira grande marca a se comprometer a investir neste mercado, estando presente na mídia LGBT continuamente. Entre as ações, estão propagandas na internet e em outdoors, com imagens coloridas do fotógrafo David LaChapelle, eventos com performances de artistas e ativação no Facebook. O objetivo é relembrar a herança da empresa aos consumidores de longa data, mas com iniciativas que atraiam a geração mais jovem.
Gay 1


Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.
Carlos Drummond de Andrade 
  

segunda-feira, 31 de outubro de 2011


A 16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo vai ser realizada só no ano que vem, em junho, mas já está recebendo sugestões para definir qual vai ser o tema a guiar todo o mês de manifestações em favor da cidadania LGBT. Todo mundo pode dar sua sugestão, sendo que os três escolhidos ganham acesso com direito a acompanhante ao trio-elétrico de abertura da caminhada.

A campanha da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT) para a escolha do tema começou já nesta segunda-feira, 31 de outubro, e recebe as sugestões até o dia 18 de novembro – o resultado será divulgado no dia 21. A participação pode ser feita por meio do e-mail tema@paradasp.org.br ou nas redes sociais.
No Facebook funciona da seguinte maneira: é preciso acessar e curtir a página da Parada em www.facebook.com/paradasp e compartilhar a sugestão no mural. Já no Twitter, primeiro é necessário seguir a @paradasp e depois twittar a sugestão utilizando a hashtag #temadaparada antes ou depois da frase.
“É um convite para que todos construam a Parada junto com a gente”, ressalta Fernando Quaresma, presidente da APOGLBT. Ele aponta ainda que “no ano passado, fatores administrativos nos impossibilitaram de socializar a discussão sobre o tema e sofremos muitas críticas por isso. Apesar da repercussão da 15ª Parada ter sido satisfatória, a diretoria da APOGLBT avalia que a interação de todos é sempre o melhor caminho”.
Aqui embaixo você confere os temas anteriores para saber qual linha de raciocínio eles seguem antes de formular a sua sugestão:


1997 - Somos muitos, estamos em todas as profissões


1998 - Os direitos de gays, lésbicas e travestis são direitos humanos


1999 - Orgulho gay no Brasil, rumo ao ano 2000


2000 - Celebrando o Orgulho de Viver a Diversidade


2001 - Abraçando a Diversidade


2002 - Educando para a Diversidade


2003 - Construindo Políticas Homossexuais


2004 - Temos Família e Orgulho


2005 - Parceria civil, já. Direitos iguais! Nem mais nem menos


2006 - Homofobia é Crime! Direitos Sexuais são Direitos Humanos


2007 - Por um mundo sem Racismo, Machismo e Homofobia


2008 - Homofobia Mata! Por um Estado Laico de Fato


2009 - Sem Homofobia, Mais Cidadania – Pela Isonomia dos Direitos!


2010 - Vote Contra a Homofobia: Defenda a Cidadania!


2011 - Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia! 
MixBrasil

 

Casamento: Evolução x Preconceito: Retrocesso*


O destino do ser humano é a evolução, ainda que esse processo seja lento e precise trilhar, para isso, caminhos doloridos e tortuosos. Embora inexista retrocesso - quando muito, um estacionamento -, um dos maiores entraves para o desenvolvimento espiritual da Humanidade, de uma forma geral, é o preconceito, ligado intimamente ao orgulho e à vaidade.
Há milênios vivendo debaixo de convenção, a maior parte da Sociedade entende e se comporta de forma a manter regras, exigindo que aqueles que não estejam enquadrados, se adaptem, ainda que compulsoriamente, como se convenções fosse a maneira certa de se viver. Quando nascemos, além de infindáveis regras e normas de conduta, até um nome já nos espera.
A palavra mais ouvida é não; e sempre que pedimos alguma coisa minimamente diferente dos ‘padrões’, diversas são as “autoridades” a ‘nos colocar de volta ao caminho certo’: além dos pais, os avós, o irmão mais velho, a madrinha, o padre, o pastor, o vizinho, o professor, o chefe, o médico, a polícia, o ‘bicho papão’,...! E ai de quem teimar; lá vem castigo.
O castigo de hoje aos ‘diferentes’ é a violência, a perseguição, o deboche, a humilhação, a marginalização, a restrição ao emprego, a restrição aos locais comuns... O castigo de hoje é a mudez, é a indignidade, é a morte! Como imaginar uma Sociedade sem diversidade, se, praticamente tudo no mundo tem dois lados, duas versões, duas vertentes (sim e não, noite e dia, dois olhos, dois ouvidos, dois braços, duas pernas, dois lados do coração, duas partes do cérebro, dois pulmões, dois rins, consciente e inconsciente...).
Absolutamente tudo muda, rápida ou lentamente, basta ‘voltarmos a fita’ da história do mundo, para verificarmos o tamanho da mudança! Isso é evolução! Quando a Constituição de 1988 foi promulgada, reconheceu, embora muito atrasada, como entidade familiar, a união estável, vivida há mais de duas décadas, por uma infinidade de casais que, em decorrência do preconceito, permaneciam à margem da sociedade e sem usufruir diversos direitos constitucionalmente reconhecidos a quem atendia às regras convencionais, ou seja, a quem dispunha de uma certidão de casamento.
Cansada de tanto desrespeito à sua vida, vivida sempre em paralelo, sempre escondida, a Comunidade LGBT começou a bradar veementemente pelo reconhecimento de sua existência, como estudante, como profissional, como cidadão, como gente. E essa Comunidade de 10% de brasileiros, ou seja, de 19 milhões de pessoas, aflorou, pelo menos um em cada família. Essa Comunidade que direciona seu afeto para o lado oposto ao convencional, quer, exige, precisa que suas uniões sejam reconhecidas. E elas foram!
Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal, substituindo o Legislativo omisso, legal e constitucionalmente decidiu, em 5.5.2011, direitos difusos e coletivos, trazendo de volta a cidadania a 19 milhões de brasileiros, que hoje podem reconhecer suas uniões familiares, desfrutando, assim, ao menos em parte dos 78 direitos até então desrespeitados.
Na mesma esteira, o Superior Tribunal de Justiça, essa semana (out./2011), reconheceu, o casamento de duas mulheres que convivem em união estável há vários anos. O que muda? Ora, se a própria Constituição Federal determina (artigo 226, § 3º) a facilitação da conversão da união estável em casamento, em se tratando de homem e mulher, ao equiparar a união estável homoafetiva à união estável heteroafetiva, o STF já deixou aberta veia legal, agora utilizada pelo STJ.
Se a Constituição consagra o direito ao planejamento familiar, com todas as garantias daí decorrentes, preservando, assim, o direito à dignidade e à liberdade, como não estender essa liberdade ao direito de escolha do parceiro a quem se tem afeto e com quem se quer conviver (em família)?
A mudança, então, se deu em evolução, em respeito à não discriminação, em respeito à união de duas pessoas que planejam sua família, em respeito ao casamento e todos os direitos daí resultantes.

*Iolanda Aparecida Mendonça é advogada especialista em Direito Homoafetivo e membro do Grupo de Advogados daDiversidade Sexual (Gadvs). Diversidade Sexual (Gadvs).