segunda-feira, 28 de maio de 2012




Vamos boicotar a homofobia da Cerveja Nova Schin

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) protocolou nesta segunda-feira, dia 28 de maio, no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), um ofício em que aponta um caso de “discriminação contra travestis” e pede a imediata suspensão do comercial de TV “Festa de São João”, da cervejaria Nova Schin, em veiculação em rede nacional.

No vídeo, é possível ver um grupo de amigos rindo de um deles por ter confundido uma travesti com uma mulher. Nos segundos finais do clipe, a travesti surge novamente, desta vez, sentada à mesa junto com eles. Ainda assim, o presidente da associação, Toni Reis, se diz consternado pelo fato das travestis estarem entre um dos segmentos mais discriminados no Brasil.

“O comercial contribui para referendar e banalizar essa discriminação, ridicularizando a personagem travestida”, afirma ele. Toni vai mais além e diz que para entender este posicionamento, bastaria ridicularizar a personagem do comercial por causa da cor de sua pele ou por causa de sua raça, para perceber que o conteúdo é discriminatório. “Ao mesmo tempo em que entendemos que é preciso ter bom humor, não se deve utilizar-se da fragilidade de uma população para vender um produto. Isto não é condizente com o preceito constitucional da dignidade humana”, explica.

Veja o vídeo e dê a sua opinião. Você acha que o comercial apela para o preconceito?

MixBrasil

Comercial Nova Schin - São João




Na praça da República, coração do centro paulistano e um dos cartões-postais LGBT de São Paulo, será erguido o primeiro museu LGBT da América Latina.

Se ficar pronto em 2013, como está previsto, a capital paulista irá se juntar a duas outras grandes metrópoles do mundo.

Hoje, somente San Francisco, nos Estados Unidos, e Berlim, na Alemanha, têm projetos parecidos.

A Secretaria Estadual da Cultura já firmou parceria com o Metrô para construí-lo na estação República em duas áreas com total de 150 m².

O local, além de ter sido palco de acontecimentos históricos como a morte do gay Edson Neris em 2000 e de eventos de celebração LGBT, é passagem para 4,6 milhões de pessoas por dia, o que deve ampliar a visibilidade do museu. 

"Ele pode ter o vestuário dos artistas do mundo LGBT da noite paulistana", sugere a drag queen Greta Star, 36.

O espaço deve ser batizado como Centro Cultural, Memória e Estudos da Diversidade Sexual do Estado de São Paulo.

Tem o objetivo de resgatar memórias, ser referência para quem busca auxílio cidadão e expor peças que remontem a história do movimento por um viés cultural.

Um dos fundadores do jornal "Lampião da Esquina", João Silvério Trevisan, 68, avisa: "Eu não gostaria de virar uma estátua de museu".

A primeira ação dos organizadores de todo o acervo deve acontecer no mês que vem, próximo à16ª edição da Parada do Orgulho LGBT.

"Será uma exposição de estampas e camisetas", antecipa Franco Reinaudo, coordenador geral da Cads (Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual).

No momento, a Secretaria da Cultura está fazendo um mapeamento de tudo que existe para compor o acervo.

Serão gravados depoimentos de LGBTs que se assumiram há décadas, tais como a drag queen Kaka Dipoli, que se jogou no chão da avenida Paulista durante a primeira Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 1997, e Celso Curi, uma das primeiras personalidades a sair do armário em plena ditadura militar.

"Há 20 anos se assumir gay ou lésbica era praticamente impossível, quanto mais lutar pelos nossos direitos", conta Heloísa Gama Alves, da Secretaria da Justiça. "O centro cultural fará a população refletir e conhecer as dificuldades do movimento."

Os organizadores avisam: não faltarão irreverência e homenagens aos ícones do mundo LGBT.