sábado, 30 de outubro de 2010

Psicólogo especialista em sexualidade humana, Claudio Picazio vai lançar no dia 18 de novembro, às 18h30, na Loja das Artes da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, seu mais novo livro, o didático “Uma outra verdade – Perguntas e respostas para pais e educadores sobre homossexualidade na adolescência” (Edições GLS).
São 104 páginas de, como já diz o título, um bate-bola bem claro e direto sobre várias questões pertinentes à época e à orientação sexual. Perguntas como “a homossexualidade é genética?”, “qual é a diferença entre homossexuais, transexuais e travestis?” e “casais gays podem namorar no intervalo das aulas?” respondidas sem rodeios, com direito ainda a textos informativos em cada capítulo.
Claudio Picazio é formado pela Universidade São Marcos e especialista em sexualidade humana e em violência doméstica e abuso sexual infantil. Ele atua como psicólogo clínico já há 27 anos atendendo adolescentes e adultos e oferecendo terapias para casais homo e heterossexuais. É autor ainda dos livros “Diferentes desejos: adolescentes homo, bi e heterossexuais” e “Sexo secreto – Temas polêmicos da sexualidade”, ambos da Edições GLS.
Lançamento “Uma outra verdade”
18 de novembro – 18h30 às 21h30
Livraria Cultural Conjunto Nacional: Avenida Paulista, 2073

SP: USP terá ato contra homofobia no próximo dia 4

Bandejão da USP de São Paulo vai ter ato contra a homofobia no próximo dia 4
USP já teve outros atos contra homofobia
Todas as pessoas que são contra a homofobia e o preconceito estão convidadas a participar de uma manifestação no próximo dia 4, no Bandejão Central – CRUSP, em São Paulo. O “Ato Fúnebre - Contando as nossas mortes” rola a partir das 11h às 14h e das 17h30 às 19h45 e tem como objetivo chamar atenção para os assassinatos contra LGBT cometidos no Brasil.
Outra motivação do ato foi a recente agressão na USP contra um estudante de Biologia gay assumido. “Queremos comunicar à comunidade uspiana os casos de violência extrema que tiraram a vida dessas pessoas por conta da sua orientação sexual e identidade de gênero”, esclarece o organizador, Dário Neto.
Só para lembrar, não é o primeiro ato contra a homofobia na USP, basta conferir nas notícias relacionadas ao lado direito. Mais informações pelo telefone (11) 6442-9045.

PENSE NISSO.

O governo (FHC) tentou criar a Previdência do além. O aposentado só desfrutaria do benefício de sua contribuição depois de morto. 
 Beto Mansur
A escola de ensino fundamental Stoke Newington, do Norte de Londres, adotou há 5 anos as aulas de História da Homossexualidade em seu currículo. Hoje o local pioneiro foi transformado em centro de capacitação para docentes para que ensinem o tema em outras escolas.

Com aulas sobre autores gays como Oscar Wilde, Alan Turing, e menções a produções artísticas de Andy Warhol e exibição do filme Priscilla, a Rainha do Deserto, a escola alega que conseguiu erradicar o preconceito e os maus tratos aos alunos homossexuais.
Para Elly Barnes, coordenadora do curso de diversidade, a chave do sucesso foi educar e celebrar. Para a educadora, seu foco é erradicar a homofobia das escolas e instituições de ensino, dando aos educadores confiança e materiais para isso, junto com boas práticas sob o lema “educar e celebrar”.
Porém a educadora diz que muitos professores tem medo de que os alunos os julgue como gays ou esperem que eles sejam homossexuais ao tratarem o tema. Para ela, o papel do professor é dar o assopro de conhecimento.
“Eu ouvia o termo gay sempre de forma pejorativa, hoje mal o ouço”, disse a professora ao jornal The Guardian. Um relatório da Comissão de Igualdade e Direitos Humanos do país afirmou que dois terços dos estudantes gays sofrem com o bullying e que 17% já sofreram ameaças de morte. Um estudo recente indicou que apenas um décimo dos professores afirmou ter recebido instruções de como reagir ao bullying homofóbico no país.

Fonte: Revista LadoA
O instituto de pesquisas Ibope, um dos mais conceituados no país, divulgou nesta quinta-feira (28.10) uma sondagem onde a candidata do PT, Dilma Rousseff, aparece com 14 pontos percentuais à frente de seu adversário, o tucano José Serra. Enquanto Dilma tem 57% dos votos válidos, Serra tem distantes 43%. Ou seja, no próximo dia 31 de outubro, o Brasil deve eleger a primeira mulher presidente da história do país.
Desde o início do segundo turno das eleições para presidente este ano, a trajetória de Dilma na intenção de voto da população é ascendente. A cada pesquisa divulgada a petista aparece em melhor posição, consolidando seu nome como sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva.
A mais recente sondagem do Ibope ouviu 3.010 eleitores entre os dias 26 e 28 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os 14 pontos percentuais de vantagem para Dilma são referentes aos votos válidos, quando já estão descontados brancos, nulos e indecisos. Levando-se em consideração todos os votos (incluindo indecisos, nulos e brancos), a diferença de Dilma para Serra é de 13%. Porém, na hora da totalização dos votos por parte da Justiça Eleitoral, o que conta são os votos válidos.
A três dias da eleição, o percentual de brancos e nulos se manteve inalterado, sendo que 4% alegaram ainda não saber em quem vão votar e 5% disseram que vão anular o voto ou votar em branco. A pesquisa foi encomendada pelo jornal O Estado de São Paulo e pela Rede Globo e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo número 37.596/2010.
Em Mato Grosso, assim como em nível nacional, a campanha de Dilma tem se baseado em mostrar as diferenças existentes entre os governos tucano e petista. E pelo jeito, a estratégia tem surtido efeito, porque a petista continua na frente nas pesquisas com boa margem de vantagem.
Outra pesquisa recente que mostra o favoritismo de Dilma é a do instituto Data Folha, também divulgada na quinta-feira, que mostra 12 pontos percentuais a mais para a petista. Nesta sondagem, Dilma tem 56% e Serra, 44% dos votos válidos. Nessa mesma pesquisa, o índice de eleitores indecisos caiu de 8% para 4%.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A DEMAGOGIA DO ABORTO!

QUE CARA RIDICULO.



Ao encerrar o seu discurso em ato da campanha presidencial na tarde desta quinta-feira em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o candidato José Serra (PSDB) apelou até para as “meninas bonitas” irem a campo em busca dos votos dos seus pretendentes masculinos. E orientou as moças a usarem a internet.
“Quero me concentrar agora no que vamos fazer até domingo. Temos que não apenas votar, temos que ganhar voto de quem está indeciso, voto de quem não está ainda muito decidido do outro lado”, disse, acrescentando que cada um dos seus apoiadores deve buscar ao menos mais um voto.
Disse que os que trabalham na saúde, área em que Serra atuou como ministro, podem conseguir cinco votos para ele. E acrescentou: “Se é menina bonita, tem que ganhar 15 [votos]. É muito simples: faz a lista de pretendentes e manda e-mail dizendo que vai ter mais chance quem votar no 45″.

PAULO PEIXOTO




Conhecer gente nova, adquirir experiência, participar de ambientes descontraídos e festivos e promover um grande evento. Essas são algumas vantagens de ser voluntário da parada do Orgulho LGBT-Rio.

As inscrições para ser voluntário da 15ª parada do Orgulho LGBT-Rio, no dia 15 de novembro, ficam abertas até o dia 5 de novembro. A programação oficial deste ano conta ainda com uma série de eventos nos mais variados espaços de cultura de nossa cidade.
Para se cadastrar, o candidato deve comparecer à sede do grupo Arco-Íris, na rua do Senado 230, no Centro do Rio de Janeiro em horário comercial e preencher a ficha de cadastramento.
De acordo com o presidente do grupo, Julio Moreira, a homofobia só terá fim se todos lutarem para isso.

- A parada é um evento comunitário e os voluntários são fundamentais para que essa festa da cidadania possa acontecer. A transformação social só se dará quando mais e mais pessoas se mobilizarem para acabar com o preconceito. A homofobia só terá fim se todos lutarmos para isso.


Para se cadastrar, o voluntário deve:


– Ser maior de 18 anos, ou acima de 16 anos com a autorização dos responsáveis assinada e reconhecida a firma;


– Ter disponibilidade de tempo para o serviço voluntário, de acordo com as necessidades da organização do evento, contribuindo de duas a três vezes por semana, de acordo com a sua disponibilidade, não ultrapassando uma carga horária de oito horas semanais.


– Estar em plenas condições de saúde.


– Ter disponibilidade para participar dos encontros de capacitação sobre voluntariado nos eventos e na Parada.


Para se inscrever como candidato a voluntário é preciso:


– Preencher ficha de cadastro de candidato a voluntário e termo de adesão ao serviço voluntário;


– Entregar uma foto 3 x 4 colorida para afixação na ficha de cadastro;


– Apresentar cópia de carteira de identidade, CPF e comprovante de residência.
Nesta seção, discutiremos a construção discursiva da sexualidade (homoerótica) e do gênero (masculino) na adolescência. Aquela se inicia nos primeiros anos de vida, por isso, antes de tratarmos da adolescência, faremos uma breve discussão teórica sobre a infância. Geralmente, a orientação sexual, o sexo pelo qual sentiremos amor e desejo, manifesta-se durante a infância, e a identidade sexual (assumir uma orientação, no caso desta pesquisa, a homoerótica) inicia-se antes da adolescência e passa a ser construída e tomar forma a partir da adolescência até a fase adulta.
Antes da homossexualidade* se desenvolver, a criança começa a ter a consciência do gênero desde os dois anos, quando vê que pertence a um sexo e não a outro e, conseqüentemente, isso traz uma série de condutas. A partir dos três anos, a criança já se identifica como menino ou menina; pode acontecer de um menino se sentir mais identificado com as meninas e desenvolver as condutas e preferências que são associados somente ao sexo oposto, como brincar de boneca (Castañeda, 2007).
Muitos sujeitos homoeroticamente inclinados contam que se identificaram muito cedo com o sexo oposto, como relata Green (1985, p. 339): “Todos os homossexuais que atendi contaram que se sentiam diferentes de seus pares a partir dos três anos de idade. Descreveram que eram mais sensíveis e mais chorões e por serem diferentes se sentiam estranhos.”
De acordo com Castañeda (2007), no final da infância e início da puberdade, momento em que começa a se definir a orientação sexual, os pré-adolescentes são bombardeados, na socialização formal e informal, com imagens e mensagens do casal heterossexual. O menino e a menina com desejos afetivo-sexuais predominantemente voltados para o mesmo sexo biológico sentem-se perdidos e oprimidos neste mundo que rotula sentimentos mais íntimos e profundos com palavras insultuosas: descaração, sem-vergonhice ou pouca vergonha, frescura, pecado mortal, dentre outras.
Essas condutas e atitudes consideradas femininas e que são exercidas por meninos são reprovadas pela sociedade, pois há papéis definidos e impostos para cada gênero. O adolescente efeminado pode passar a construir a sua homossexualidade durante a sua adolescência, passando a sofrer preconceito desde a sua infância, no entanto esse momento que o menino teve condutas consideradas femininas não pode ser usado como um signo precursor do homoerotismo (Castañeda, 2007).
O período em que o adolescente vai descobrindo a sua homossexualidade é marcado por vivências em que os meninos efeminados são alvos de chacota e são estigmatizados desde a infância.
Na adolescência, os sentimentos podem estar confusos e a admiração que se tem por colegas do mesmo sexo pode se confundir com atração física. Mas, conforme explicita Gewandsznajder (2004, p. 78), não se deve ir rotulando os outros em decorrência disso. Melhor do que ficar se preocupando com rótulos é desenvolver a auto-estima e o respeito por si mesmo. Só assim todas as relações, do presente e do futuro, independentemente de serem amizades ou algo mais, vão ter a dignidade que todo mundo merece.
Para Abramovay (2004, p. 278), no período da adolescência, o indivíduo convive sociopsicologicamente com vários desafios relacionados ao que ele é ou o que pode chegar a ser. A adolescência constitui um período de dúvidas em que o processo de firmar uma identidade envolve inúmeros conflitos: desde a despedida da infância, passando pela descoberta das mudanças do corpo e da dimensão emocional, até a escolha do caminho para a vida adulta, tudo isso acontecendo ao mesmo tempo.
O início da adolescência é marcado pela procura por afeto e amor. Os adolescentes “começam a se envolver com os significados/discursos do amor, do afeto e do sexo” (Moita Lopes, 2002, p. 98). O adolescente passa a ter desejos sexauis, comumente, por alguém do sexo oposto. Porém, podem acontecer manifestações sexuais entre pessoas do mesmo sexo que também estão se descobrindo. Muitos adolescentes experimentam o contato sexual com uma pessoa do mesmo sexo, sem que esse ato implique uma orientação pelo homoerotismo. Apesar de estar cada vez mais presente no discurso social, o homoerotismo ainda acarreta grande impacto e restrições.
De acordo com Castañeda (2007, p. 89), na fase da adolescência “os jogos sexuais são muito freqüentes, sendo atividades comuns (...) fazendo parte da iniciação da sexualidade”. Nesse processo de exploração é que o adolescente começa a se identificar como homoerótico, podendo se manifestar logo ao se sentir independente e mais seguro em relação à sua orientação sexual. Outros não se revelam jamais por estarem inseguros de sua inclinação e ainda não terem apoio de amigos e/ou família. Vejamos a seguir como se dá a construção dessa identidade na rede de relações sociais.
Adolescentes masculinos que se encontram no processo de descoberta de seus desejos homoeróticos e que estão construindo uma identidade pessoal relativa a essas descobertas e à participação em momentos sociais assumem algum grau de familiaridade com a linguagem e as práticas culturais homoeróticas. Na ausência de tal informação, o significado se torna dependente de um contexto específico (ao invés de pré-discursivo), de negociação e de inferência e de uma dupla subjetividade (baseado no ouvinte e no orador), e de alguma forma em condição de risco. Esta ausência de informação foi denominada por Lead (1996, p. 266) de “discurso silencioso”.
Na construção do discurso silencioso, encontram-se as tentativas de suicídio de adolescentes que lutam para colocar um fim em seu homoerotismo. Ao se reportarem a sua adolescência, os homens homoeróticos se referem a um período de solidão e isolamento, segundo Lead (1996, p. 266), ou, ainda, como um tempo de compreensão de sentimentos, recentemente descobertos, de emoções e de interesses, ao reunirem informações que os ajudaram a compreender melhor essas descobertas.
A orientação homoerótica como uma identidade culturalmente existente pode ser avaliada pelo grau de aderência do orador às máximas, comunicando sua sexualidade. Revelar-se pressupõe que a audiência se subscreve ao modelo normativo de gênero e sexualidade e que o modo mais efetivo para desalojar a pressuposição heterossexual insinua que os dois modelos de gênero citados não são compartilhados pelo orador.
Lead (1996) reafirma que gays, termo usado pelo autor, que passam como heterossexuais apresentam uma identidade que é dissonante com a forma com a qual eles na verdade experimentam ser. Identidades declaradas e implicadas são um resultado de decisões lingüísticas modificadas no curso de uma interação, na qual a contribuição de cada indivíduo reflete a intenção tanto do indivíduo quanto dos constrangimentos sociais locais e globais. Este processo de negociação entre indivíduos, intenções e forças culturais ilustra a conexão íntima entre linguagem e identidade existente.
Assim, a adolescência é o período da vida dos jovens cujas práticas discursivas relacionam-se com a construção da identidade social. Segundo Erickson (1962, p. 13), a adolescência é “considerada um momento na vida quando as pessoas estão envolvidas na construção de um sentido coerente de quem são no mundo social, sendo então um processo crucial para detectar os discursos de construção da identidade em desenvolvimento”. Nas palavras de Erickson (1962, p. 14), “o adolescente deve perceber uma semelhança significativa entre o que ele vê em si mesmo e o que sua consciência aguçada indica que os outros julgam ou esperam que ele seja”. Desta forma, o termo adolescência é usado para descrever tanto as mudanças físicas da puberdade como os aspectos psicológicos e sociais que caracterizam essa etapa da vida.
Do ponto de vista individual, cada adolescente constrói o seu homoerotismo sem seguir um modelo, pois há uma infinidade de formas que podem assumir as relações entre homens e mulheres e também variam segundo lugares e épocas históricas. Não há uma seqüência lógica de práticas sexuais do sujeito homoerótico. Geralmente, poderíamos afirmar que o homoerotismo na adolescência se desenvolve primeiramente a partir das experiências ou práticas sexuais e, depois, há uma consciência do homoerotismo. Muitas vezes os homens são iniciados no homoerotismo por práticas sexuais que lhes são impostas na infância ou adolescência. Ao tomar a consciência de seu desejo, o adolescente pode assumir o seu homerotismo para si próprio e para a sociedade. Então, há primeiramente uma junção de práticas, sentimentos e desejos; depois, um processo em que o adolescente aceita o seu homoerotismo para si mesmo, e depois diante da sociedade, diferentemente do que ocorre com o heterossexual.
A fase de desenvolvimento da homossexualidade na adolescência é muito diferente da heterossexualidade. Na vida dos heterossexuais, as relações amorosas progridem em etapas mais ou menos previsíveis e cada uma delas prepara, de alguma forma, a seguinte. Com os adolescentes homoeróticos, as experiências amorosas, muitas vezes, podem ser construídas num processo silencioso. O menino pode estar apaixonado por outro sem nunca se expressar e nem consumar os seus sentimentos. Ele se constrói num processo silencioso (Castañeda, 2007), da qual a família nem sempre participa.
A identidade homossexual é primeiramente construída durante a adolescência, quando os jovens vão desenvolver e estabelecer uma identidade social independente da família. Esse desenvolvimento para os heterossexuais é facilitado pela sociedade. As escolas, as festas e a cultura em geral encaminham o adolescente a desenvolver características e comportamentos para um futuro como heterossexual (Castañeda, idem). Para o adolescente homossexual, tudo é diferente. Aos poucos, descobre que os seus desejos sexuais não se parecem com aqueles dos seus colegas, e as fantasias eróticas não correspondem com o que vê na televisão e no dia-a-dia (Castañeda, idem).
No momento em que o adolescente passa a descobrir esses contrastes, produzem-se várias situações que podem determinar o curso de toda a sua vida. No início, sente-se como diferente, de forma que nota que é visto como ilícito, por causa dos comentários e “brincadeiras” que escuta em relação ao homoerostismo. Segundo Castañeda (idem, p. 85), “essas falas, aliás, são freqüentes: 97% dos estudantes do ensino fundamental e/ou do ensino médio americanos contam que ouvem regularmente comentários homofóbicos.”
Dessa forma, o adolescente homossexual identifica-se menos com seus colegas e não participa mais do grupo. Vê que não é igual aos outros e tem desejos e objetivos amorosos que não correspondem aos dos seus amigos (Castañeda, idem).
Aos poucos, sabe que não pode compartilhar o que se passa com os outros e começa a se sentir só e, às vezes, excluído da sociedade. Sente muitas vezes vergonha de ser homossexual e isso acaba afetando a sua auto-estima e a sua relação com o mundo (Castañeda, idem).
Para os familiares e os colegas, o sujeito homossexual é uma pessoa que não teve relações com o sexo oposto; se as tivesse tido, ele não seria homossexual. Ou, ainda, acredita-se que os homossexuais têm pavor do sexo oposto. Na verdade, muitos homossexuais, homens e mulheres, fizeram esforço para ter experiências heterossexuais – seja para experimentá-las, seja para negar sua homossexualidade. Esse tipo de atitude é mais comum do que se imagina e faz parte da construção da identidade gay (Castañeda, idem).
Quando o adolescente toma consciência da sua homossexualidade, passa por um processo que não é simples; e é ainda mais complexo pela dificuldade que todos os adolescentes têm de entender e expressar claramente seus sentimentos. A verbalização não é um ponto forte entre os jovens, e menos ainda quando a cultura de seu meio não lhes oferece o vocabulário necessário e a sociedade censura a expressão de certos desejos e sentimentos. Essa primeira fase na construção da identidade homossexual é, portanto, cheia de dúvidas, de solidão, de confusão e muitas vezes de vergonha.
E numa segunda fase, o jovem homossexual consegue enfim nomear o que sente; começa a reconhecer a possibilidade de que seus sentimentos, desejos e fantasias sejam homossexuais. Começa a explorar essa idéia e a compartilhá-la, talvez, com um confidente.
*O termo homossexual será usado quando abordarmos os autores que adotam este termo em suas pesquisas.

Izaac Azevedo dos Santos
Mestre em Letras pela PUC-Rio

Chega de TERROR. Chega de MORTE AOS GAYS! ABAIXO O NAZISMO!

O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, disse a pastores evangélicos em Foz do Iguaçu que não sancionará o projeto de lei que tramita no Congresso que considera crime qualquer ato de discriminação aos homossexuais. Serra disse que o texto interfere na liberdade religiosa, já que muitas congregações pregam contra a homossexualidade. "Não aprovarei esse projeto do jeito que está", disse, seguido de aplausos dos pastores.

"O projeto do jeito que está não pode ser aprovado, porque ele passa a perseguir igrejas que têm posições a respeito do homossexualismo, de que deve ser evitado, enfim, da pregação de seus fiéis", justificou. A afirmação foi feita durante reunião com os pastores que participam da 50ª Convenção de Pastores da Assembleia de Deus do Paraná, mas não foi repetida na entrevista concedida pelo tucano.
Questionado como barraria o projeto sem ter maioria no Congresso, Serra disse que poderia recorrer ao poder do veto, mas discordou de que não terá maioria. "Essa questão de maioria eles estão falando muito, apresentando como um fator, no caso a candidata Dilma, de ter a maioria no congresso e eu não. Isso não é fato. Eu conheço bem o congresso e posso dizer que nós vamos ter maioria, porque os partidos não são homogêneos e, segundo, tem o veto, que para ser derrubado, precisa de um quociente muito mais elevado que o de aprovação de uma lei", afirmou
Por: Hyago Alves
base-blush@hotmail.com

Pense Nisso.

Dizer que um crente é mais feliz que um cético é como dizer que um bêbado é mais feliz do que um sóbrio. 
 George Bernard Shaw

Dilma Lá - Sem medo de ser feliz!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Os gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros (LGBT) da América Latina representa uma grande e pouco explorada oportunidade de marketing para a indústria de viagens e turismo, revela uma pesquisa divulgada no dia 25/10 pela Out Now Consulting.
Os resultados da Pesquisa LGBT Global 2010 da Out Now, que serão divulgados na íntegra durante a feira World Travel Market de Londres no dia 10 de novembro, revelam que a América Latina abriga mais de 25 milhões de LGBTs. Representa-mos um mercado potencial multi-bilionário para uma grande gama de empresas, incluindo turismo, destinos e várias outras indústrias.
O estudo revelou ainda uma vasta oportunidade de mercado. Em turismo, a pesquisa revela gastos significativos feito pelos milhões de consumidores LGBT que vivem na região. O estudo da Out Now mostra que em 2010, consumidores LGBT residentes na Argentina gastaram um total de US$ 4 bilhões em viagens de lazer. No México, cinco milhões de consumidores LGBT gastaram US$ 8 bilhões em turismo, enquanto nos LGBT brasileiros gastam anualmente mais de US$ 20 bilhões em viagens de lazer.
"Um país que realmente se destacou na pesquisa foi o Brasil", afirmou Ian Johnson, diretor executivo da Out Now. "O Brasil não é somente o destino receptivo número um na América Latina para turistas LGBTs vindos de países como EUA, Reino Unido, Alemanha , França e Holanda, mas também o maior mercado emissor da região, com brasileiros da comunidade LGBT gastando mais de US$ 20 bilhões por ano em viagens e turismo".
Nos próximos dois anos o Brasil será foco de várias ações de marketing para o publico LGBT. A Associação Brasileira de Turismo GLS – ABRAT GLS acabou de assinar um acordo de cooperação com a Embratur para promover o Brasil como destino LGBT no exterior. A Expo Business LGBT Mercosul uma conferência de negócios de turismo e marketing LGBT deverá acontecer em SP em meados de 2011 e, em 2012, a Associação Internacional de Turismo para Gays e Lésbicas (IGLTA) vai realizar sua Convenção Anual em Florianópolis, no sul do Brasil.

por Hernanny Queiroz


Em 2009, o ex-secretário estadual de transportes metropolitanos, Jorge Fagali Neto, teve uma conta na Suíça com pedido de bloqueio pela Justiça de São Paulo, devido ao rastreamento do dinheiro de propinas da Alstom, por contratos com o Metrô.

Até o Jornal Nacional, da TV Globo foi obrigado a noticiar o sequestro das contas, mas escondeu que o irmão do titular das contas é o atual presidente do Metrô, desde a gestão José Serra no governo paulista.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou na noite desta terça-feira em Vitória da Conquista (BA) que a oposição usou "falsidades e mentiras" para tentar criar o ódio no país durante a eleição, mas o povo "não aceitou isso" e vai responder nas urnas com "esperança e amor".
O evento reuniu quase 4.000 pessoas numa praça da cidade e contou com a participação do governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), e de outras lideranças locais de partidos aliados.
Vitória da Conquista foi escolhida pelo PT para o comício porque foi um dos únicos dois municípios do Estado onde o rival José Serra (PSDB) venceu a petista.
Serra teve 59.420 votos na cidade (41,27% dos válidos), contra 56.780 votos de Dilma (39,43% dos válidos).
Em seu discurso, que durou 23 minutos, a petista citou programas da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o Luz Para Todos, e disse que ela é a candidata que representa a continuidade da atual gestão.
"O meu adversário passou oito anos criticando o governo Lula, chamando o Bolsa Família de Bolsa Esmola. Sou eu que represento a continuidade do governo Lula", afirmou.
Ainda segundo ela, o povo não quer "voltar àquela época de desemprego e desigualdades", em referência ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1995 e 2002.
Durante o evento, Dilma cantou jingles, recebeu presentes e mandou beijos para o público. Ela chegou ao comício por volta das 22h e Dilma deixou Vitória da Conquista rumo a Brasília às 23h.
A Folha soube seis meses antes da divulgação do resultado quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô.


O resultado só foi divulgado na última quinta-feira, mas o jornal já havia registrado o nome dos ganhadores em vídeo e em cartório nos dias 20 e 23 de abril deste ano, respectivamente.


A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB) –ele deixou o cargo no início de abril deste ano para disputar a Presidência da República. Em seu lugar ficou seu vice, o tucano Alberto Goldman.


O resultado da licitação foi conhecido previamente pela Folha apesar de o Metrô ter suspendido o processo em abril e mandado todas as empresas refazerem suas propostas. A suspensão do processo licitatório ocorreu três dias depois do registro dos vencedores em cartório.


O Metrô, estatal do governo paulista, afirma que vai investigar o caso. Os consórcios também negam irregularidades ou “acertos”.


O valor dos lotes de 2 a 8 passa de R$ 4 bilhões. A linha 5 do metrô irá do Largo 13 à Chácara Klabin, num total de 20 km de trilhos, e será conectada com as linhas 1 (Azul) e 2 (Verde), além do corredor São Paulo-Diadema da EMTU.


VÍDEO E CARTÓRIO


A Folha obteve os resultados da licitação no dia 20 de abril, quando gravou um vídeo anunciando o nome dos vencedores.


Três dias depois, em 23 de abril, a reportagem também registrou no 2º Cartório de Notas, em SP, o nome dos consórcios que venceriam o restante da licitação e com qual lote cada um ficaria.


O documento em cartório informa o nome das vencedoras dos lotes 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Também acabou por acertar o nome do vencedor do lote 2, o consórcio Galvão/ Serveng, cuja proposta acabaria sendo rejeitada em 26 abril. A seguir, o Metrô decidiu que não só a Galvão/Serveng, mas todas as empresas (17 consórcios) que estavam na concorrência deveriam refazer suas propostas.


A justificativa do Metrô para a medida, publicada em seu site oficial, informava que a rejeição se devia à necessidade de “reformulação dos preços dentro das condições originais de licitação”.


Em maio e junho as empreiteiras prepararam novas propostas para a licitação. Elas foram novamente entregues em julho.


No dia 24 de agosto, a direção do Metrô publicou no “Diário Oficial” um novo edital anunciando o nome das empreiteiras qualificadas a concorrer às obras, tendo discriminado quais poderiam concorrer a quais lotes.


Na quarta-feira passada, dia 20, Goldman assinou, em cerimônia oficial, a continuidade das obras da linha 5. O nome das vencedoras foi divulgado pelo Metrô na última quinta-feira. Eram exatamente os mesmos antecipados pela reportagem.


OBRA DE R$ 4 BI


Os sete lotes da linha 5-Lilás custarão ao Estado, no total, R$ 4,04 bilhões. As linhas 3 e 7 consumirão a maior parte desse valor.


Pelo edital, apenas as chamadas “quatro grandes” Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez e Metropolitano (Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão) estavam habilitadas a concorrer a esses dois lotes, porque somente elas possuem um equipamento específico e necessário (shield). Esses dois lotes somados consumirão um total de R$ 2,28 bilhões.


OUTRO LADO


Em nota, o Metrô de São Paulo informou que vai investigar as informações publicadas hoje na Folha.


A companhia disse ainda que vai investigar todo o processo de licitação.


“É reconhecida a postura idônea que o Metrô adota em processos licitatórios, além da grande expertise na elaboração e condução desses tipos de processo. A responsabilidade do Metrô, enquanto empresa pública, é garantir o menor preço e a qualidade técnica exigida pela complexidade da obra.”


Ainda de acordo com a estatal, para participação de suas licitações, as empresas precisam “atender aos rígidos requisitos técnicos e de qualidade” impostos por ela.


No caso da classificação das empresas nos lotes 3 e 7, era necessário o uso “Shield, recurso e qualificação que poucas empresas no país têm”. “Os vencedores dos lotes foram conhecidos somente quando as propostas foram abertas em sessão pública. Licitações desse porte tradicionalmente acirram a competitividade entre as empresas”, diz trecho da nota.


O Metrô afirmou ainda que, “coerente com sua postura transparente e com a segurança de ter conduzido um processo licitatório de maneira correta, informou todos os vencedores dos lotes e os respectivos valores”.


Disse seguir “fielmente a lei 8.666″ e que “os vencedores dos lotes foram anunciados na sessão pública de abertura de propostas”. “Esse procedimento dispensa, conforme consta da lei, a publicação no ‘Diário Oficial’”.


Todos os consórcios foram procurados, mas só dois deles responderam ao jornal.


O Consórcio Andrade Gutierrez/Camargo Corrêa, vencedor da disputa para construção do lote 3, diz que “tomou conhecimento do resultado da licitação em 24 de setembro de 2010, quando os ganhadores foram divulgados em sessão pública”.


O consórcio Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão, vencedor do lote 7, disse que, dessa licitação, “só dois trechos poderiam ser executados com a máquina conhecida como ‘tatu’ e apenas dois consórcios estavam qualificados para usar o equipamento”.


“Uma vez que nenhum consórcio poderia conquistar mais que um lote, a probabilidade de cada consórcio ficar responsável por um dos lotes era grande”, diz.


O consórcio Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão diz ter concentrado seu foco no lote 7 para aproveitar “o equipamento da Linha 4, reduzindo o investimento inicial”.

RICARDO FELTRIN

DE SÃO PAULO

Pense Nisso!

O homem que quiser conduzir a orquestra tem de dar as costas ao público. 
Max Lucado


Em entrevista publicada esta semana no jornal Folha de São Paulo, a atriz Claudia Raia, a Jaqueline na novela Ti Ti Ti, afirmou que o país está atrasado e que vivem com um conservadorismo hipócrita. Ela defendeu o casamento gay e o aborto, e falou do fim do casamento de 19 anos com o também ator Edson Celulari.
“Acho um absurdo alguém poder ser preso por escolher uma coisa. Estamos onde? Na ditadura? Tem coisas absolutamente conservadoras e retrógradas no Brasil. A pessoa não quer ter um filho, vai e aborta. É uma decisão sua. Deveria ter um poder de escolha pessoal, como acho que deveria ser com o casamento gay. Acho um absurdo as pessoas não poderem se juntar. O Brasil tem um conservadorismo hipócrita. O mundo já tá lá na frente.”, afirmou a atriz que considerou uma benção divina o papel no remake de Ti Ti Ti. “A Jaqueline é uma obra de Deus em minha vida. É difícil fazer um personagem neste momento, ainda mais de comédia. Não sei de onde tiro forças e humor. Às vezes vou trabalhar arrastada, aí lá me animo”.
Em lista de emails, o presidente de honra do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, indicou a atriz ao premio anual do grupo que presta homenagem aqueles que de alguma forma apoiaram os direitos gays publicamente.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quando assumir, pela terceira vez, o governo do estado de São Paulo em 1º de janeiro de 2011, o tucano Geraldo Alckmin terá que prestar contas de um sumiço milionário de recursos federais do Ministério da Saúde dimensionado, em março passado, pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus). O dinheiro, quase 400 milhões de reais, deveria ter sido usado para garantir remédios de graça para 40 milhões de cidadãos, mas desapareceu na contabilidade dos governos do PSDB nos últimos 10 anos. Por recomendação dos auditores, com base na lei, o governo paulista terá que explicar onde foram parar essas verbas do SUS e, em seguida, ressarcir a União pelo prejuízo.
O relatório do Denasus foi feito a partir de auditorias realizadas em 21 estados. Na contabilidade que vai de janeiro de 1999 e junho de 2009. Por insuficiência de técnicos, restam ainda seis estados a serem auditados. O número de auditores-farmacêuticos do País, os únicos credenciados para esse tipo de fiscalização, não chega a 20. Nesse caso, eles focaram apenas a área de Assistência Farmacêutica Básica, uma das de maior impacto social do SUS. A auditoria foi pedida pelo Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), ligado à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, para verificar denúncias de desvios de repasses de recursos do SUS para compra e distribuição de medicamentos nos sistemas estaduais de saúde.
O caso de São Paulo não tem parâmetro em nenhuma das demais 20 unidades da federação analisadas pelo Denasus até março de 2010, data de fechamento do relatório final. Depois de vasculhar todas as nuances do modelo de gestão de saúde estadual no setor de medicamentos, os analistas demoraram 10 meses para fechar o texto. No fim das contas, os auditores conseguiram construir um retrato bem acabado do modo tucano de gerenciar a saúde pública, inclusive durante o mandato de José Serra, candidato do PSDB à presidência. No todo, o período analisado atinge os governos de Mário Covas (primeiro ano do segundo mandato, até ele falecer, em março de 2001); dois governos de Geraldo Alckmin (de março de 2001 a março de 2006, quando ele renunciou para ser candidato a presidente); o breve período de Cláudio Lembo, do DEM (até janeiro de 2007); e a gestão de Serra, até março de 2010, um mês antes de ele renunciar para disputar a eleição.
Ao se debruçarem sobre as contas da Secretaria Estadual de Saúde, os auditores descobriram um rombo formidável no setor de medicamentos: 350 milhões de reais repassados pelo SUS para o programa de assistência farmacêutica básica no estado simplesmente desapareceram. O dinheiro deveria ter sido usado para garantir aos usuários potenciais do SUS acesso gratuito a remédios, sobretudo os mais caros, destinados a tratamentos de doenças crônicas e terminais. É um buraco e tanto, mas não é o único.
A avaliação dos auditores detectou, ainda, uma malandragem contábil que permitiu ao governo paulista internalizar 44 milhões de reais do SUS nas contas como se fossem recursos estaduais. Ou seja, pegaram dinheiro repassado pelo governo federal para comprar remédios e misturaram com as receitas estaduais numa conta única da Secretaria de Fazenda, de forma ilegal. A Constituição Federal determina que para gerenciar dinheiro do SUS os estados abram uma conta específica, de movimentação transparente e facilmente auditável, de modo a garantir a plena fiscalização do Ministério da Saúde e da sociedade. Em São Paulo essa regra não foi seguida. O Denasus constatou que os recursos federais do SUS continuam movimentados na Conta Única do Estado. Os valores são transferidos imediatamente depois de depositados pelo ministério e pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de Transferência Eletrônica de Dados (TED).
Em fevereiro, reportagem de CartaCapital demonstrou que em três dos mais desenvolvidos estados do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos governados pelo PSDB, e no Distrito Federal, durante a gestão do DEM, os recursos do SUS foram, ao longo dos últimos quatro anos, aplicados no mercado financeiro. O fato foi constatado pelo Denasus após um processo de auditoria em todas as 27 unidades da federação. Trata-se de manobra contábil ilegal para incrementar programas estaduais de choque de gestão, como manda a cartilha liberal seguida pelos tucanos e reforçada, agora, na campanha presidencial. Ao todo, de acordo com os auditores, o prejuízo gerado aos sistemas de saúde desses estados passava, à época, de 6,5 bilhões de reais, dos quais mais de 1 bilhão de reais apenas em São Paulo.
Ao analisar as contas paulistas, o Denasus descobriu que somente entre 2006 e 2009, nos governos de Alckmin e Serra, dos 77,8 milhões de reais do SUS aplicados no mercado financeiro paulista, 39,1 milhões deveriam ter sido destinados para programas de assistência farmacêutica – cerca de 11% do montante apurado, agora, apenas no setor de medicamentos, pelos auditores do Denasus. Além do dinheiro de remédios para pacientes pobres, a primeira auditoria descobriu outros desvios de dinheiro para aplicação no mercado financeiro: 12,2 milhões dos programas de gestão, 15,7 da vigilância epidemiológica, 7,7 milhões do combate a DST/Aids e 4,3 milhões da vigilância epidemiológica.
A análise ano a ano dos auditores demonstra ainda uma prática sistemática de utilização de remédios em desacordo com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) estabelecida pelo Ministério da Saúde, atualizada anualmente. A lista engloba medicamentos usados nas doenças mais comuns pelos brasileiros, entre os quais antibióticos, antiinflamatórios, antiácidos e remédios para dor de cabeça. Entre 2006 e 2008, por exemplo, dos 178 medicamentos indicados por um acordo entre a Secretaria de Saúde de São Paulo e o programa de Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, 37 (20,7%) não atendiam à lista da Rename.
Além disso, o Denasus constatou outra falha. Em 2008, durante o governo Serra, 11,8 milhões do Fundo Nacional de Saúde repassados à Secretaria de Saúde de São Paulo para a compra de remédios foram contabilizados como “contrapartida estadual” no acordo de Assistência Farmacêutica Básica. Ou seja, o governo paulista, depois de jogar o recurso federal na vala comum da Conta Única do Estado, contabilizou o dinheiro como oriundo de receitas estaduais, e não como recurso recebido dos cofres da União.
Apenas em maio, dois meses depois de terminada a auditoria do Denasus, a Secretaria Estadual de Saúde resolveu se manifestar oficialmente sobre os itens detectados pelos auditores. Ao todo, o secretário Luís Roberto Barradas Barata, apontado como responsável direto pelas irregularidades por que era o gestor do sistema, encaminhou 19 justificativas ao Denasus, mas nenhuma delas foi acatada. “Não houve alteração no entendimento inicial da equipe, ficando, portanto, mantidas todas as constatações registradas no relatório final”, escreveram, na conclusão do trabalho, os auditores-farmacêuticos.
Barata faleceu em 17 de julho passado, dois meses depois de o Denasus invalidar as justificativas enviadas por ele. Por essa razão, a discussão entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo sobre o sumiço dos 400 milhões de reais devidos ao programa de Assistência Farmacêutica Básica vai ser retomada somente no próximo ano, de forma institucional.
São Paulo – A filósofa Marilena Chaui denunciou nesta segunda-feira (25) uma possível articulação para tentar relacionar o PT e a candidatura de Dilma Rousseff à violência. De acordo com ela, alguns partidários discutiram no final de semana uma tática para usar a força durante o comício que o candidato José Serra (PSDB) fará no dia 29.

Segundo Chaui, pessoas com camisetas do PT entrariam no comício e começariam uma confusão. As cenas seriam usadas sem que a campanha petista pudesse responder a tempo hábil. “Dia 29, nós vamos acertar tudo, está tudo programado”, disse a filósofa sobre a conversa. Para exemplificar o caso, ela disse que se trata de um novo caso Abílio Diniz. Em 1989, o sequestro do empresário foi usado para culpar o PT e o desmentido só ocorreu após a eleição de Fernando Collor de Melo.
A denúncia foi feita durante encontro de intelectuais e pessoas ligadas à Cultura, estudantes e professores universitários e políticos, na USP, em São Paulo. “Não vai dar tempo de explicar que não fomos nós. Por isso, espalhem.”
Ela também criticou a campanha de Serra nestas eleições. “A campanha tucana passou do deboche para a obscenidade e recrutou o que há de mais reacionário, tanto na direita quanto nas religiões.
O gênero na adolescência, caracterizado como o que é masculino e o feminino, é um construto social feito por meio dos discursos em interação e está discursivamente ligado ao sexo: homens precisam ser masculinos e mulheres, femininas. Para Weeks (1999, p. 43), o gênero é “uma diferenciação social entre homens e mulheres”.

No que tange à identidade social de gênero masculino, podemos afirmar que é esperada do homem, entre outros aspectos, a aptidão para os esportes e a racionalidade. Assim, em uma interação discursiva entre os adolescentes, esperamos a adesão deles a tais aspectos, visto que contribuirão para a construção da identidade social masculina na qual estão se engajando.
Geralmente, quando abordamos gênero e masculinidade relacionados a qualquer idade do homem, as definições do que é ser masculino e do que é ser feminino gera todo um discurso. Badinter (1993, p. 99) nos leva à reflexão quando afirma que “a identidade masculina está associada ao fato de possuir, tomar, penetrar, dominar e se afirmar, se necessário pela força à identidade feminina ao fato de ser possuída, dócil, passiva e submissa”.
É necessário entender que o discurso do binarismo é, essencialmente, uma forma de dividir, separar, desconectar, desligar categorias de sujeitos, que um sobressai sobre o outro: homo, mulher e negro, à supremacia do primeiro: hetero, homem e branco.
A construção de identidade de gênero de um adolescente – homem ou mulher – dependerá da maneira como foi criado, do período social em que viveu e da cultura familiar e social em que cresceu. Homens e mulheres são orientados sexualmente de formas diferentes, mesmo que eles tenham a mesma cultura, pois socialmente o homem tem uma função sexual diferente da mulher (Guacira Louro 1997, p. 22-24).
Para Louro (1997, p. 22-24), a identidade de gênero liga-se à identidade histórica e social dos sujeitos, que se reconhecem como femininos ou masculinos, e a identidade sexual está relacionada diretamente à maneira como os indivíduos experenciam seus desejos corporais, das mais diversas formas: sozinhos/as, com parceiros do mesmo sexo ou não.
A sociedade exige de homens e mulheres que se comportem segundo os padrões sobre quem são. Essas regras ou convenções são chamadas de masculinidade hegemônica (Connell, 1995, p. 36). A masculinidade hegemônica para Moita Lopes (2002, p. 157 e 158) torna-se mais explícita no âmbito dos esportes, por ser hierárquico e competitivo, além de envolver o enfrentamento físico. Ainda nesse aspecto, destaca-se o papel atribuído à racionalidade que considera meninos mais inteligentes que meninas, tomando por parâmetro estruturas emocionais predominantes nestas. E no âmbito da globalização, atualmente, pesquisas e meios de comunicação dão conta de que o homem hegemônico entra em conflito quando percebe que as mulheres compartilham o papel também de provedora do lar, tornando-se vulnerável diante da sociedade e da mulher.
As diferenças entre os gêneros estão condicionadas pelas culturas que têm uma forma diferente de encarar a educação de homens e mulheres e aos que priorizam a educação rígida e diferenciada para meninos e meninas.
Por outro lado, o homem não pode ser analisado somente em relação à mulher, mas em relação às várias maneiras de ser homem, ou seja, há diversas formas de ser homem.


Izaac Azevedo dos Santos
Mestre em Letras pela PUC-Rio