sábado, 15 de janeiro de 2011

A partir desta quinta-feira, 13, a Irlanda passa a reconhecer casamentos e uniões civis realizados entre homossexuais em outros países. A mudança faz parte de um novo pacote de medidas sobre parcerias que acaba de entrar em vigor. Gays que se casaram legalmente em uma nação que o permita, no entanto, serão considerados parceiros civis, não cônjuges. A mudança ocorrerá automaticamente, sem a necessidade de registro.
A Irlanda passou a reconhecer uniões homoafetivas recentemente e as primeiras cerimônias entre irlandeses devem ser realizadas em abril.
MixBrasil

Ford e Buckley: 24 anos de amor estampados na Out

Dada a edições temáticas, a revista norte-americana "Out" aposta desta vez no amor. Preparada para chegar às bancas em fevereiro, quando se comemora o Valentine's Day, equivalente a nosso Dia dos Namorados. A capa da publicação traz um casal super badalado: Tom Ford e Richard Buckley.
O primeiro é estilista, o segundo trabalha como jornalista de moda. Os dois estão juntos há bastante tempo, coisa rara no mundo fashion. Eles se conheceram quando Tom tinha 25 anos e era assistente da estilista Cathy Hardwick. Na época Buckley tinha 38 e editava a seção de moda da revista WWD. À Out eles relembraram o primeiro encontro e do quarto de século que já passaram juntos.
Confira alguns trechos:
Tom Ford: "Nós nos encontramos pela primeira vez em um desfile em Nova York, em 1986. Ele tinha 38 anos, era confiante e bonito de um modo que fazia tornava quase impossível uma aproximação. Seu olhar era tão intenso que me deixou completamente nervoso. Quando o desfile acabou eu saí literalmente correndo pela porta, só para evitá-lo."


Richard Buckley: "Tom sentou e ficou batendo papo, dizendo: 'Daqui a 10 anos eu vou estar mostrando minha coleção em Paris, vou ser milionário. Vou fazer isso, fazer aquilo'. E eu ficava pensando: 'Esse cara é muito ingênuo.'"

TF: "Alguns dos relacionamentos mais longos que eu conheço são de casais do mesmo sexo. Muitos amigos héteros se casaram, divorciaram e se casaram e divorciaram no mesmo tempo em que eu e Richard estamos juntos. Acho que o preconceito, até mesmo de amigos liberais e bem educados, de que ser gay é possivelmente se basear mais no sexo que na emoção, é surpreendente e chocante no mundo de hoje."

RB: "Não posso me imaginar sem o Tom. Não consigo imaginar como eu ficaria se algo acontecesse com ele. Só há um Tom para mim. Ele ainda é o mesmo homem que conheci há 24 anos, que tem um bom coração."
Não são umas fofuras?
MixBrasil
O advogado gaúcho Gustavo Bernardes é figura conhecida no movimento militante brasileiro e um dos principais nomes do Grupo SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade, de Porto Alegre. Ele acaba de assumir a Coordenadoria Nacional de Promoção dos Direitos LGBT e conversou com a gente sobre o quê de mais importante vem por aí.

Em entrevista ao Mix Gustavo conta como recebeu o convite para o cargo da ministra dos Direitos Humanos e defende um diálogo maior entre governo e movimento militante, que, para ele, conhece melhor do que ninguém o povo LGBT. Ele não deixa de lado a recente onda de homofobia em São Paulo e promete que o combate à intolerância “será a prioridade da Coordenadoria para o ano de 2011”. Confira:


Como surgiu o convite para ocupar o cargo?
A ministra Maria do Rosário sempre foi uma grande parceira do movimento LGBT. Portanto, ela sempre acompanhou meu trabalho no movimento social. Quando ela foi convidada pela presidenta Dilma Rousseff para ocupar a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, destacou que a defesa dos direitos LGBT seriam uma prioridade do seu trabalho. Ela me convidou para participar da sua equipe por conhecer minha militância e articulação com o movimento social, o que ela pretende aprofundar no próximo período. Fiquei muito honrado com o convite e encaro a Coordenadoria LGBT como um grande desafio já que ela está entre uma das prioridades da ministra.


Como você pretende usar sua experiência como advogado e militante dentro da Coordenadoria?
Eu pretendo usar a minha experiência na militância e como advogado no estreitamento do diálogo com o movimento social, com o Legislativo e também com o Judiciário. Hoje temos questões importantes para a nossa população tramitando no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, o que merecerá grande atenção do Governo Federal.


Quais mudanças serão necessárias para 2011?
O que temos que fazer imediatamente é reduzir a violência contra a população LGBT. Essa será a prioridade da Coordenadoria para o ano de 2011.


Quais serão os maiores desafios que a Coordenadoria terá nos próximos anos?
Os desafios são inúmeros, mas os principais são o enfrentamento à violência homofóbica, a divulgação do Disque Direitos Humanos - Disque 100, módulo LGBT, e a estruturação e fortalecimento de uma rede de acolhimento e enfrentamento da violência contra LGBT.


Muitos LGBT ficaram mais otimistas com a eleição de uma mulher presidente. Você acredita que com uma presidente a Coordenadoria terá mais espaço, mais trânsito dentro do governo?
Não só por termos uma presidenta que já disse que os Direitos Humanos serão prioridade no seu mandato, mas também por termos uma ministra historicamente comprometida com a defesa dos direitos humanos da população LGBT. Tenho absoluta confiança que nós teremos muitos avanços nas políticas para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil.


A Coordenadoria vai atuar na 2ª Conferência Nacional LGBT? Em que sentido?
Em parceria com o Conselho Nacional LGBT, vamos organizar e realizar a 2ª Conferência Nacional LGBT, que tem o papel fundamental na formulação de políticas e prioridades para a nossa área e vai pautar nossa atuação nos próximos anos.


Como será o diálogo da Coordenadoria com o movimento militante na sua gestão?
O diálogo com o movimento social é fundamental para que as nossas políticas estejam sempre atreladas à realidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. O movimento social tem uma capilaridade que permite que ele conheça bastante a realidade da nossa população. Nesse sentido, vamos radicalizar o diálogo com o movimento social e teremos sempre como nosso parceiro o Conselho Nacional LGBT.


Como você vê o trabalho da militância brasileira atualmente? É preciso melhorar algum ponto?
A militância brasileira é referência no mundo. Tem qualidade e atua de forma qualificada nos espaços de intervenção da sociedade civil. Há pontos que precisamos melhorar, como na questão de convênios e apoios. Precisamos qualificar a comunicação entre a Secretaria de Direitos Humanos e a sociedade civil no que tange às parcerias, deixando claro ao movimento nossos objetivos e limites orçamentários. Queremos ter muita transparência sobre nossos compromissos e também limitações legais. Acredito que a criação do Conselho Nacional LGBT facilitará a comunicação entre Governo e Sociedade Civil nesse aspecto.

Qual é o papel da Coordenadoria em casos como as agressões na Avenida Paulista e na Parada do Rio de Janeiro? Pretende ampliar esse papel?
A pedido da Ministra Maria do Rosário já estamos trabalhando numa ação para o enfrentamento da violência homofóbica. Pretendemos fazer o lançamento dessa ação ainda neste mês.

Existe alguma estratégia ou trabalho sendo desenvolvido para impedir o arquivamento do PLC 122, sem chance de retorno?
Estamos buscando alternativas para evitar o arquivamento definitivo do PLC 122, que é fundamental para a nossa estratégia de enfrentamento da violência homofóbica. A SDH vai procurar os parlamentares parceiros da nossa causa para articular que esse projeto siga em frente e seja aprovado, o que significa uma grande vitória ao Brasil.
MixBrasil
O governo federal tem como meta “superar todas as formas de discriminação contra a população LGBT” em 11 anos.

A meta genérica está no documento “Brasil 2022″, feito pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
No ano citado, completam-se 200 anos da independência do Brasil de Portugal. Para marcar a data, o governo federal se propôs a alcançar objetos em economia, infra-estrutura, estado e sociedade, na qual estão incluídos LGBTs.
Cena G

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Presidente do movimento denominado Pró-Vida, que luta contra o aborto em todo o Brasil, o padre Luiz Carlos Lódi divulgou na última quinta-feira, 14, pela internet, uma carta onde ataca a presidente Dilma Roussef por seu apoio aos LGBT. Na mesma mensagem, o religioso diz ainda que os novos ministros estariam defendendo a legalização do aborto.

Segundo Luiz Carlos, o governo está usando o combate à homofobia e as resoluções do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) como desculpa para ampliar os direitos LGBT. Para o padre, “o governo brasileiro se destaca, desde a ascensão do PT em 2003, por uma campanha ininterrupta e onipresente em favor da corrupção das crianças, da destruição da família e da dessacralização da vida”.
Ele diz ainda que “para nossa vergonha, é difícil imaginar, em todo o planeta, um governo que mais tenha investido na construção da cultura da morte”. O texto ataca ainda a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, a nova resolução do Conselho Federal de Medicina e o combate à homofobia nas escolas com o chamado kit gay.
Luiz Carlos não poupa palavras sobre o material educativo ao afirmar que “o Ministério da Educação e Cultura pretende forçar as escolas a corromper os adolescentes, apresentando a conduta homossexual como aceitável e a conduta homofóbica como abominável”.
Durante o segundo turno da campanha presidencial, a entidade apoiou o candidato José Serra (PSDB) e não Dilma por considerá-lo como um “incêndio limitado”, enquanto a petista seria uma “catástrofe incontrolável”.
mixBrasil
Passado o susto das agressões homofóbicas na Avenida Paulista e a natural reação de protesto, quase todos os setores envolvidos com a população LGBT se reuniram em São Paulo na noite da última quarta-feira, 12, para formar uma frente de trabalho para combater a homofobia no Estado. A estratégia é formar grupos de trabalho específicos que dialoguem entre si e atuem em diversas áreas como segurança, mobilização e comunicação.

A Frente Paulista Contra a Homofobia começou a desenhar sua atuação primeiramente ganhando um nome, que acabou definindo também sua abrangência estadual, e reúne representantes de quase todos os setores envolvidos com o público LGBT. A série de ataques parece ter realmente assustado as pessoas e provocado nelas alguma reação, como observado na grande quantidade de caras novas na reunião, muitas delas se definindo apenas como cidadãs ou cidadãos, outras formando novos grupos militantes.
“Achamos necessário criar uma Frente que tivesse como característica principal a formação da militância. pessoas que não participam da causa”, esclarece Eduardo Piza Melo, do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual (GADVS) e Instituo Edson Neris. Ainda segundo ele, a iniciativa não é partidária e “não tem dono”, uma boa forma de atrair ainda mais gente à militância.
Em uma união histórica para o movimento LGBT no Brasil, a Frente conta com a participação da Prefeitura de São Paulo, Ordem dos Advogados do Brasil paulista (OAB-SP), ONGs militantes, empresários, advogados, grupos virtuais, Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), Universidade de São Paulo (USP) e cidadãos e cidadãs, que se mostraram realmente animados para realizar um trabalho de incentivo à tolerância.
São novas caras que foram à reunião da última quarta com uma sugestão de pauta pronta, que, talvez por inexperiência, contemplava vários pontos já assistidos em outras iniciativas. “A gente não pode esquecer que tem uma luta nacional de anos”, lembra Beto de Jesus, do Instituto Edson Neris, ao ponderar que é preciso um alinhamento de discurso entre todos antes de qualquer ação.
A terceira reunião da Frente Paulista Contra a Homofobia está marcada para o próximo dia 29, em local ainda a ser definido. O principal objetivo é criar e já iniciar a atuação de Grupos de Trabalho (GT) específicos em vários setores que, unidos, formarão uma rede de combate à intolerância nos mais diversos setores.
Deverão ser criados GTs de Comunicação Social para atuar na relação com a Mídia; mobilização social para organização de atos como, por exemplo, beijaços e marchas; contra a homofobia no trabalho e na escola; institucional, para atuar junto ao Ministério Público, Assembleia Legislativa e Defensoria, para citar alguns; e um observatório da homofobia, que pretenderá fazer um mapeamento da situação de intolerância contra LGBT.
MixBrasil
As pessoas se preocupam muito com coisas pequenas em vez de olhar lá para o horizonte e ver as possibilidades que poderão surgir. Se ele a criou e a tornou pública o que importa? O Importante é a capacidade que a Presidente Dilma tem de gerenciar e exigir metas.

O julgamento fica por conta da história e seus alicerces. Temos que fazer nossa parte e com otimismo construir uma nova Nação rica e cheia de diversidade. Ninguém pode esperar o milagre acontecer de um dia para outro. O caminho tem que ser percorrido de acordo com a competência dela e de seus colaboradores. Se esse ou aquele colaborador é melhor ou pior como vamos saber neste momento? Estamos no começo de janeiro onde a transição do poder ainda gatinha para sua reestruturação.
Acreditar na Profissional Dilma é dar respaldo a uma nova hora que nasce para os brasileiros. E ela já deu sua contribuição para a terra tupiniquim e mostrou porque veio. Sei que todos estão fartos da mesma ladainha que surgem de Brasília mas quanta coisa mudou. Quantas pessoas tem qualidade de vida em nossa história recente que antes não tinham e olha mérito de um operário. Desde a abertura dos portos no Governo Fernando Collor o Brasil começou a decolar e crescer. Passando por altos e baixo até chegar ao show de civilidade que estamos vivendo.
Somos um país jovem com uma nova democracia de vinte e cinco e poucos anos pronta para gerir o crescimento que nos cabe. Mostrando ao mundo a força que podemos ter em várias vitórias da nossa diplomacia. Deixando as grandes potências mundiais enciumadas.
Esperamos que a Presidente possa sim com mãos de ferro doa a quem doer fazer com que a burocracia que emperra a grande construção do nosso país possa mudar, que a reforma política chegue em glórias como foi a Lei da Ficha Limpa, que os caminhos tributários possam ser reformulados e que a decência possa ser o fruto do reflexo dos políticos. Espero que eles usem do bom senso e de uma vez por todas criem leis que de qualidade de vida a comunidade LGBT,.
Mas não adianta reclamar deles se nós mesmos não damos exemplos. Pois até quando vamos viver do jeitinho brasileiro? Confundindo as formas corretas por meios impróprios para conseguir o que queremos.
Façamos o dever de casa bem feito, para que nossos filhos sejam os legisladores e governantes do futuro. O resto a vida vai transitar pelas estradas da sensatez.

Texto enviado por Francis Camargo, colunista da Radio Gmix e blogueiro do Diz Ai.
Gay 1

Elke Maravilha deve participar da parada da diversidade sexual no Cassino

O movimento de luta contra a discriminação e defesa dos direitos das comunidades de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) pretende movimentar o final de semana dos veranistas da praia do Cassino. O tema do evento que tem o ponto alto neste domingo (16) será “Eu sei que vou te amar livremente!”.

A previsão é de que a parada tenha início a partir das 17h e siga até as 23h, no campo do Praião, no Cassino. O movimento organizado pela Associação LGBT e Mulheres do Rio Grande promoverá a realização de shows com performistas, drag queens e gogo boys.
A expectativa dos organizadores é de que estejam presentes durante as apresentações mais de 30 mil pessoas no balneário. A secretária-geral de projetos e eventos da associação, Adejane de Mello Gudolle, defende a importância do movimento para a comunidade. “Não é só uma festa, o movimento tem como objetivo promover a conscientização dos direitos sobre a diversidade sexual e as políticas de saúde e educação voltadas para a comunidade LGBT da região”, explica.
Dois trios elétricos farão a animação da festa, que contará com banho de espuma e caminhada à noite, na principal avenida da praia do Cassino. A atriz símbolo dos movimentos LGBT no Brasil, Elke Maravilha, será uma das atrações da manifestação.
Na sexta-feira (14), a associação realizará palestras e seminários na Câmara Municipal do Rio Grande durante a noite, a partir das 18h. No sábado (15), as festas têm início com a eleição da Princesa e da Rainha da Parada e da Top Drag 2011, a ser realizada no Salão de Festas do Camping Municipal, no balneário.
Gay 1

PENSE NISSO!

O que pode ser feito em alguma hora não será feito em hora alguma.
Provérbio escocês




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

BBB11

No quarto Jujuba, Lucival contou aos colegas de confinamento que é homossexual. A notícia só surpreendeu Paula e Michelly. Já Diogo afirmou que já havia percebido. "Ele não disse que tinha uma namorada, mas um compromisso. Descobri na hora", disse o coreógrafo.

Boquiaberta, Paula pediu para o jornalista confirmar a história diversas vezes. Michelly também se surpreendeu com a notícia, mas comemorou e abraçou Lucival.
Diogo, no entanto, ficou surpreso ao saber que Daniel também já assumiu a homossexualidade. "Ele comentou sobre dois namorados", disse Natalia.
"Está faltando uma bicha festeira para usar top e saia. Os gays daqui estão muito sossegados", disse o 'brother'.
Igor e Cristiano também comemoraram. Isso porque, na opinião deles, sobrarão mais mulheres para os héteros.
UOL GAY

CHEGOU A HORA DE SAIR DO ARMÁRIO!

O desenvolvimento vital dos heterossexuais é bem previsível e mais tranqüilo que o dos homossexuais. O jovem heterossexual não precisa passar por um processo para assumir para si mesmo e nem para os outros que é heterossexual. Segundo Castañeda (2007), como a homossexualidade ainda é considerado um tabu nas culturas ocidentais, o adolescente homossexual tem inúmeras dificuldades para lidar com a sua sexualidade diferente e estigmatizada.

O processo de assumir-se como homossexual vai desde a noção dos seus sentimentos e desejos, que são diferentes dos seus colegas, até a visibilidade e conhecimento do homossexual pelos estranhos. Para Isay (1998), a consciência de que se é gay se intensifica no início da adolescência por meio de desejos e fantasias homossexuais e por práticas sexuais. Se o adolescente tem experiências homossexuais satisfatórias, há uma motivação para que ele tenha uma auto-imagem saudável que facilitará assumir-se perante amigos gays, adultos e posteriormente aos pais e outros familiares.
O adolescente homossexual inicia esta etapa de sua vida com uma sobrecarga e uma liberdade não compartilhadas pelos adolescentes heterossexuais. Alguns já se viam e se sentiam diferentes desde crianças e, quando adultos, conseguem resgatar a lembrança de terem um comportamento atípico (Isay, idem).
Os adolescentes de doze a quinze anos muitas vezes reprimem ou suprimem seus sentimentos e desejos porque percebem o preconceito nas atitudes dos pais e amigos em relação aos sujeitos gays (Isay, idem). Segundo Mott (1996, p. 45), é desorientador em termos emocionais e sociais para um adolescente se assumir como homossexual, pois isso significa enfrentar provável rejeição e/ou discriminação pela sociedade. Diante de barreiras dessa natureza, há homossexuais que se isolam, sem compartilhar seus sentimentos e provável sofrimento.
A autopercepção do adolescente homossexual é a tarefa mais importante do desenvolvimento do processo de se assumir. É o início da consolidação e da integração de sua orientação sexual. A princípio, o início da sexualidade dos homossexuais poderia se integrar positivamente, mas se torna um processo árduo e difícil para muitos por causa da rejeição inicial dos pais, depois dos amigos e dos estranhos (Isay, 1998).
Seria razoável supor que, assim como o adolescente heterossexual, o adolescente homossexual de doze ou treze anos estaria preparado para reconhecer a sua homossexualidade a partir do surgimento dos impulsos sexuais na época da maturação psicológica; mas há vários motivos para a demora neste processo, um deles é a sua auto-estima danificada. Assim, provavelmente, é a partir dos dezoito anos que os adolescentes homossexuais são capazes de assumir para si mesmos a sua homossexualidade (Mott, 1996).
De acordo com Castañeda (2007), para que o adolescente seja capaz de se assumir para si mesmo, é necessário que ele não se sinta relativamente preso aos danos causados à sua auto-estima, para ser superior à negação de seus sentimentos por pessoas do mesmo sexo, negação provocada pela sensação de ter sido rejeitado pelos pais, amigos e estranhos e por ser estigmatizado socialmente. É importante que ele tenha adquirido independência suficiente e autoconfiança para se assumir para si mesmo, a ponto de perceber que nunca será capaz de corresponder às expectativas de seus pais, no que se relaciona a uma vida convencional com família tradicional. Para Isay (1998, p. 81), “o adolescente gay que se assume tem oportunidade de planejar a sua vida sem ser coagido pelas expectativas e convenções sociais. Estas oportunidades trazem consigo a liberdade, assim como a responsabilidade, de determinar o seu próprio futuro”. A respeito do momento de assumir, trataremos nos próximos parágrafos.
O vocábulo inglês closet originou-se do latim clausum, particípio presente do verbo claudere, que significa “fechar” e tem outros significados antes de se referir ao homoerotismo. Designa, então, já designou um lugar reservado ou privado onde se tem conversações secretas ou um local para guardar objetos valiosos. Assim, representa o particular em oposição ao coletivo; o escondido em oposição ao que está descoberto; o pessoal em oposição ao social. Nesse sentido, a expressão to come out of closet ( “sair do armário” ou “Coming Out”) diz respeito ao fato de o sujeito homossexual assumir plenamente a sua homossexualidade em todas as suas relações (famíliar, escolar, profissional, amigos e estranhos) (Ferreira, 2007).
Neste trabalho, entendemos a expressão “sair do armário” como o momento em que o adolescente inicia a sua vida sexual e revela-se como gay em um nível íntimo (para si mesmo, família ou amigos) ou social (estranhos, escola ou trabalho). Essa expressão é complexa, pois não envolve somente o período da descoberta homossexual do adolescente, mas durante toda a vida do homossexual quando a sua sexualidade velada pode ser descoberta. Segundo Sedwick (1994), até os homoeróticos que assumem a sua sexualidade para os outros ou os mais abertos podem estar presos no armário com alguém pessoal, econômica ou institucionalmente importante para eles.
O termo “saindo do armário” demonstra um avanço no sentido de dar maior visibilidade, assegurando o respeito aos vínculos homoafetivos. Como bem diz Lead (1996), um fato marcante é o ‘armário’ em que o silêncio, o segredo, o disfarce, a privacidade e a restrição são características que o definem, sendo um obstáculo primário para autodeterminação gay. Considera o autor ‘saindo do armário’ como a culminação do movimento da individualização para a revelação, segundo Davies (1992, p. 76), e ainda para Plummer (1995, p. 82) “o ato mais significativo na vida de lésbicas e gays”.
O homossexual nunca está 100% fora do armário. Mesmo que tenha perfeitamente assumido a sua homossexualidade não podemos afirmar que ele saiu totalmente do armário, pois sempre haverá pessoas ou situações novas que ele será considerado heterossexual até que o descubram. Isso não uma visão sobre a integridade do homossexual, mas de como a sociedade automaticamente vê outro, sempre como heterossexual (Castañeda, 2007).
Apesar da família ou amigos saberem ou desconfiarem da orientação sexual do homossexual, continuarão, muitas vezes, a tratá-lo como se fosse um heterossexual. Muitos pais têm a esperança de que o filho adolescente só esteja passando por uma fase e que, a qualquer momento, aparecerá em casa com uma namorada. O fato também do adolescente homossexual se passar por heterossexual em festas e na escola faz com que o jovem permaneça fechado, escondido e sem ser descoberto. Assim, segundo Castañeda (2007, p. 106), “o famoso armário não serve para apenas para se esconder, mas também para esconder o que a sociedade se recusa a ver”.

Izaac Azevedo dos Santos
Mestre em Letras pela PUC-Rio
O primeiro museu gay dos Estados Unidos e o segundo do mundo abre suas portas nesta quinta-feira (13) em San Francisco para narrar, por escrito e visualmente, uma luta de décadas pelo respeito à orientação sexual.

Uma área com 150 metros quadrados no bairro de Castro será a sede do GLBT History Museum, em homenagem aos gays, lésbicas, bissexuais e transexuais que, junto ao Museu Gay de Berlim, na Alemanha, será o único do mundo dedicado a contar a história dos homossexuais e os obstáculos que tiveram de enfrentar.
Cena G
A quatro dias da estréia da novela “Insensato Coração” na Globo, o que mais se fala em torno de sua trama é sobre núcleo gay, o primeiro na história das telenovelas brasileiras.
O núcleo gay vai ter uma boate própria chamada “Barão de Gamboa”, um prédio antigo, enorme, da zona portuária do Rio.
O prédio, é inspirado na boate The Week do Rio, será carinhosamente chamada de BG. O clube tem capacidade para 600 pessoas e existe de verdade.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O número de homossexuais assassinados no Brasil superou 250 casos em 2010, um recorde histórico, conforme o Grupo Gay da Bahia (GGB).

O dado faz parte do relatório anual - ainda em fase de conclusão - elaborado pela entidade e que será apresentado oficialmente em março.
O fundador do GGB e decano do movimento homossexual brasileiro, Luiz Mott, destaca que foi a primeira vez que a quantidade de homicídios ultrapassa a casa das 200 notificações. Em 2009, foram 198, cerca de 50 a menos do que registrado no ano passado.
Gay 1


Os políticos ligados a igrejas evangélicas estão pressionando a presidenta Dilma para que um kit escolar que conta com vídeos anti-homofobia não chegue às escolas do ensino médio, como quer o MEC. O kit está criando polêmica nos bastidores do Congresso e do MEC.

O deputado fluminense Jair Bolsonaro é a principal voz contra o kit, que para ele “incentiva jovens à homossexualismo”.
O kit pretende, na verdade, promover a aceitação da diversidade sexual nas escolas e combater o bullying homofóbico.
Para o grupo evangélico que faz lobby contra o kit, o “voto cristão” foi decisivo na reta final da vitória de Dilma e agora quer cobrar a fatura, já que a então candidata havia se comprometido a não formular propostas sobre temas como casamento gay e aborto.