quarta-feira, 5 de outubro de 2011







As agressões a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais cometidas com cada vez mais frequência nas imediações da mais movimentada via pública do Brasil, a Avenida Paulista, são um reflexo das atitudes cometidas por parte da classe política brasileira, em especial dos membros do Legislativo. Essa é a visão de Beto de Jesus, diretor regional da ABGLT, uma das maiores organizações em defesa dos direitos LGBT do Brasil.

"Parte da responsabilidade por essas agressões deve ser atribuída aos políticos bispos-pastores e padres que fazem política como fanáticos religiosos. Eles não quiseram votar a Lei da Homofobia" diz o militante.
Beto afirma que mais casos de violência podem ocorrer, já que a falta de uma legislação específica em defesa dos direitos LGBT cria uma sensação de impunidade que estimula os agressores. Segundo o militante, se isso ocorrer, os parlamentares terão as ‘mãos sujas de sangue’. "Nós queremos a lei para não apanharmos, para não sermos mortos por conta da orientação sexual" disse.
Neste sábado, um casal de gays foram agredidos na região da Avenida Paulista. Um deles teve a perna quebrada. Segundo uma das vítimas, o analista fiscal Marcos Paulo Villa, os agressores falavam, entre outras frases, "que eles não valiam nada e que transmitiam doenças à humanidade". As vítimas registraram ocorrência neste domingo. Os agressores fugiram.
Para Beto, os políticos adotam um discurso de intolerância, travestido de religioso, que acaba influenciando os agressores. Ele cita como exemplo a proposta que criava o Dia do Orgulho Hétero em São Paulo. A proposta foi aprovada na Câmara de São Paulo, mas acabou sendo vetada pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD). "Na justificativa da lei falava-se que a ideia era resgatar os valores da família sadia e da moral, como se os homossexuais não tivessem e não pudessem ter famílias e ter moral".
A agressão de sábado está sendo investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A delegacia já recebeu as imagens das câmeras de segurança do posto de combustíveis por onde passaram as vítimas e os agressores. Uma das vítimas teria consultado as fotografias do cadastro de suspeitos do Decradi.
"Tem uma semelhança grande com uma pessoa. Vamos checar isso" disse o delegado Joaquim Dias Alves, delegado do DHPP. Segundo ele, os agressores podem responder por tentativa de homicídio, lesão corporal com o agravante do motivo ser a intolerância.
Gay 1

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