quarta-feira, 2 de maio de 2012

Coluna do Phil


O que busca a militância LGBT- 1

Em primeiro lugar respeito. Respeito a individualidade de cada um, a sua vontade e a sua natureza, respeito ao outro ser quem é, e assim como todos, poderem estar em qualquer lugar sem constrangimento, sem coação. A palavra respeito tem toda a força da luta dos homossexuais e de  toda a minoria que busca a visibilidade para quebrar a segregação, ou qualquer forma de preconceito.
Freud disse que o pensamento coletivo atravessa as gerações, é hereditário, foi construído no passado e se enraíza culturalmente no povo, ou seja, gera  o instintivo repúdio a tudo que foge ao “conceito” da maioria, ao que ficou estabelecido ao longo de anos no inconsciente coletivo e que foi normatizado implicitamente  como sendo o comportamento aceito pela sociedade.
O preconceito  embrutece e cria a ilusão de superioridade,  ignora as próprias leis do estado. O preconceituoso é um criminoso em potencial. Os homossexuais hoje lutam principalmente pelo  respeito social.  Queremos ser ouvidos, pagamos nossos impostos e exigimos respeito. A massa social absorve o individual, cria estereótipos e normaliza o desrespeito, marginalizando o diferente. E quando  falamos de diversidade sexual, sempre desabamos na problemática religiosa que, mais que qualquer outra instituição social, se autodenomina dona da verdade, e na superioridade da qual se investe, se autoriza ao desrespeito, ao preconceito e a exclusão. Sem  capacidade auto-critica,  se investe na toga de juízes e, acima da lei, reivindicam o direito ao desrespeito e a intolerância, reforçando no inconsciente coletivo a luta desigual contra as minorias.
O pensamento social vai sendo reconstruindo a partir da quebra dos estigmas, do reconhecimento dos direitos e da igualdade. Mesmo sendo minoria os estigmatizados fazem parte do todo social e tem os mesmo deveres e portanto os mesmos direitos, reconhecer isso é respeitar o cidadão no todo. O primeiro ponto a ser tocado nessa reflexão da luta da militância gay  é  a busca pelo respeito, uma palavra  desgastada pela política que vai sendo resgatada na nova construção desse pensamento coletivo.  Foi assim com o movimento feminista e com a 3ª idade, está sendo assim com os negros, e será assim com a população LGBT. Essa nova consciência erguerá novos altares e o respeito de um pelo outro, ignorando as diferenças nos igualará na construção de um novo tempo.


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