quarta-feira, 21 de outubro de 2009



A cantora, compositora e pianista, Angela Ro Ro, um dos ícones dos anos 80, é a convidada do “Marília Gabriela Entrevista” deste domingo, dia 25. Ela fala sobre a vida pessoal, conta como largou os vícios e comemora os 60 anos de vida e 30 de carreira no próximo ano. Com 11 CDs e um DVD gravados, sendo os últimos trabalhos “Compasso” e “Angela Ro Ro Ao Vivo”, ambos da Indie Records, Angela revela sua intimidade e as dificuldades de sua trajetória profissional.Marília Gabriela começa a entrevista questionando se deixar de ser louca trouxe algum benefício para a cantora, que responde: “Eu não deixei. Loucura é criatividade, ousadia, questionamento. Deixei de ser alcoólatra, ‘toxicômana’ e tabagista de plantão. Foram 56 kg que eu perdi. Estou mais sadia, mas a loucura me orienta”. A apresentadora quer saber ainda se a entrevistada se considera corajosa. “Não tive coragem nem força durante a minha vida. Tive medo desde muito nova. Fui vítima de pedofilia aos nove anos de idade, pelo meu tio, no leito dos meus pais. Foi mais uma moléstia, mas que me afetou. Sempre tive mais fraqueza do que força. Depois de passar por coisas maravilhosas, agora, a Angela mais madura está com um pouco mais de força. Força de quem sabe que é fraco”, confidencia.Angela Ro Ro decidiu emagrecer e largar o cigarro quando sentiu que já não respirava bem: “Estava sem fôlego cantando. Estava intoxicada, sem conseguir cantar, andar. Não quero ditar regras ou dar conselhos, mas, no meu caso, eu parei de comer certas coisas, de fumar, comecei a andar”. A cantora considera que possui um público cativo, mas que aumenta a cada ano, inclusive em pessoas de menor idade. “Não é só o público gay, porque eu sou gay assumida”, aponta ela, que já foi violentada pela polícia e sofreu com escândalos providenciados por homofóbicos, segundo a própria.A última turnê da convidada pela Europa foi em 2002, quando fez shows em Berlim e Paris. Gabi pergunta se parar de se entorpecer afetou a criatividade de Angela. “Parar só me fez bem. Que bom que agora não tem ressaca no dia seguinte. Mas eu nunca fiz música sob efeito de nada. Agora eu estou liberta. Agora, mais velha, eu posso dançar, me locomover no palco. Eu estou livre”, comemora a cantora, que está casada há dois anos com uma mulher de fora do meio artístico.“Casamento não é quartel. O fundamental para qualquer relação é o carinho, respeito, solidariedade, confiança e amizade. E no casamento também tem que ter tesão”, completa.

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