segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Um casal homossexual argentino e o prefeito de Buenos Aires prometeram nesta terça-feira apelar contra um decreto de última hora que bloqueou os planos do primeiro casamento de pessoas do mesmo sexo na América Latina.
Alex Freyre, de 39 anos, e José Maria Di Bello, de 41, conseguiram uma licença de casamento de um juiz municipal há duas semanas. O documento permitia que os dois homens se casassem na capital, apesar de uma política nacional que define o casamento como a união entre um homem e uma mulher.
Mas uma juíza federal ordenou na segunda-feira a suspensão da cerimônia, que estava planejada para terça-feira, dizendo que o juiz municipal não tinha competência para decretar a sentença.
"O casamento foi suspenso, mas estamos apelando para a Suprema Corte hoje para que saibamos que decreto judicial seguir", disse Ivan Pavlovsky, porta-voz do prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri.
A igreja católica romana da argentina criticou a decisão judicial de deixar os homens se casarem e pediu que as autoridades reconsiderassem.
Macri, que considera uma possível candidatura presidencial em 2011, resistiu às pressões para mudar a decisão da corte, argumentando que já é hora de o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo acontecer.
Freyre e Di Bello, ambos HIV positivos, planejavam se casar na terça-feira em homenagem ao Dia Mundial da Aids.
Maria Rachid, advogada do casal, disse à Reuters que o decreto impedindo o casamento era "ilegítimo".
"Vamos pedir a anulação da decisão da juíza para suspender o casamento e vamos processá-la por abuso de poder e por ir contra a lei", acrescentou Rachid.
Em 2002, a Argentina se tornou o primeiro país latino-americano a permitir uniões entre pessoas do mesmo sexo.
As uniões civis em Buenos Aires e em outras cidades argentinas garantem direitos maritais legais para casais do mesmo sexo, mas não outros direitos como o de adoção.

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