terça-feira, 20 de abril de 2010

Um tribunal anulou o primeiro casamento homossexual da Argentina (e da América Latina), que aconteceu no último mês de dezembro em cartório civil de Ushuaia, na província da Terra do Fogo. Para tomar a decisão, o juiz da Infância e da Família Marcos Meillien recorreu ao artigo 172 do Código Civil argentino, no qual os termos apontam apenas para a possibilidade de casamento entre heterossexuais. Com esta justificativa, o juiz declarou que o casamento entre Alex Freyre, 39 anos, e José María Di Bello, 41 anos, é “inexistente”.Freyre e di Bello enfrentaram vários obstáculos até conseguir concretizar sua união. Os dois, que são soropositivos, tinham conseguido autorização para se casarem em Buenos Aires no dia 1º de dezembro (Dia Mundial de Luta contra a Aids), mas tiveram seus planos desmoronados por uma decisão judicial, que anulou a permissão anterior. No dia 28 de dezembro, entretanto, casaram-se na província da Terra do Fogo. O casamento, que ocorreu em um cartório civil em Ushuaia, cerca de 3.500 quilômetros ao sul da capital argentina, só foi possível porque a governadora da Terra do Fogo, Fabiana Ríos, aceitou o recurso do casal e, por decreto, ordenou que o Registro Civil realizasse a união. “É uma governadora valente. E não vamos ser o último casal a se casar na Terra do Fogo”, profetizou o casal na ocasião. Após a união entre Freyre e di Bello, outros homossexuais já conseguiram se casar na Argentina. Na semana passada, as ativistas e sexagenárias Norma Castillo e Ramona Arévalo ganharam os holofotes da mídia após se tornarem as primeiras mulheres a se casar no país.

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