quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Os advogados dos dois jovens condenados no processo sobre a bomba que feriu mais de 13 pessoas que participaram da 13ª Parada do Orgulho LGBT, em junho do ano passado no Centro de São Paulo, disseram nesta terça-feira (21) que irão recorrer da decisão da Justiça. Rodrigo Alcântara de Leonardo e Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho foram condenados a dois anos de prisão em regime fechado por formação de quadrilha.



O juiz Luiz Raphael Nardy Lencioni Valdez, da 29ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, entendeu que documentações e objetos apreendidos nas casas dos réus “trazem plena segurança sobre a imputação do crime de quadrilha a tais indivíduos”. A Justiça considerou que há provas de que os dois integram o grupo “Impacto Hooligan”, suspeito de praticar atos de violência contra punks e homossexuais.


No entanto, o juiz avaliou que não havia provas que ligassem o grupo e os dois jovens à explosão ocorrida em 14 de junho de 2009 na Avenida Vieira de Carvalho e os absolveu das acusações de “expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão” e lesão corporal. Outros cinco denunciados foram também absolvidos.


Os advogados Renan Marcel Perrotti, que defende Rodrigo de Leonardo, e Roberto Bartolomei Parentoni, representante de Guilherme de Carvalho, afirmaram que vão recorrer da condenação. “Vamos recorrer porque não dá para ter uma formação de quadrilha com duas pessoas, não dá para entender a condenação”, disse Perrotti. “Nessa questão de quadrilha o Código Penal é claro. É impossível ter uma quadrilha de duas pessoas, então a gente vai recorrer e espera que o Tribunal de Justiça absolva”, completou Parentoni.


Perrotti irá entrar com um pedido na Justiça para que Rodrigo de Leonardo continue a responder ao processo em liberdade. “Ele está tranquilo, esperando que saia a publicação [da decisão judicial] para se apresentar, se for o caso”, contou o advogado. Segundo Perrotti, ele nega fazer parte do “Impacto Hooligan”. Guilherme de Carvalho está preso por causa de outro processo ao qual responde, segundo Parentoni, e também nega ser integrante do grupo.

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