domingo, 28 de novembro de 2010

Para o estudo da identidade de adolescentes, deve-se partir da premissa fundamental de que o homem é um ser social, sendo a sua subjetividade construída nas relações sociais, com a família e demais grupos do qual fará parte. Assim, cada pessoa aprende a ser o que é no contato com o outro, quando desenvolve a capacidade de se apropriar da realidade existente (Castañeda, 2007).



O adolescente homoerótico vê-se diante da masculinidade que é imposta pela família, amigos, escola e estranhos. Connell (1995, p.123) afirma que na adolescência a heterossexualidade e suas normas são práticas coletivas e impostas pelos pares como naturais. Este natural é sempre questionado porque é imposto. A dificuldade para o adolescente é que o desejo homoerótico ameaça a hegemonia masculina, por isso os pares sentem a necessidade de mantê-la e garanti-la.


O primeiro desafio enfrentado é a auto-aceitação, pois a descoberta do eu-homossexual gera inúmeros pensamentos no adolescente e ele, por ter medo da família, dos amigos e da sociedade, sofre calado. Os transtornos são maiores quando a família e amigos homofóbicos desconfiam da sua orientação sexual. Na esperança de um ombro amigo, encontra a indiferença, um escândalo ou uma humilhação dentro de casa. É aí que se juntam as piadinhas chatas na escola e as caras viradas de alguns amigos. As barreiras sociais, os preconceitos e a falta de aceitação levam muitos adolescentes a situações extremas, crises nervosas, choro, depressão profunda, evasão escolar e suicídio (Castañeda, 2007).

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