quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Por que estamos saindo do armário?

Estamos avançando pela era da informação, nada mais se cala, a cada momento nos tornamos mais autênticos e o autoconhecimento destrava a cela e liberta a razão. Já não é mais possível ignorarmos nossas próprias vontades e a sublimação que serviu de discurso para falsas virtudes, hoje se revela um passado opressor que queremos esquecer.
A questão sexual, que foi a principal corrente dessa prisão, está se redescobrindo agora com mais seriedade e responsabilidade, e essas são as palavras determinantes dessa nova revolução, que certamente a exemplo de outras no passado, mudará radicalmente as posições sociais daqui em diante. A frente de luta aberta no Bar Stonewall em Nova York, desafiou a violência, se fortaleceu e hoje se difunde pelo planeta propondo o bom combate, a luta pelo direito de sermos quem somos.


Como tenho dito aqui, o processo é lento mais constante, e a cada conquista o avanço se torna mais célere. E o mais importante: Impossível retroceder. Nesse ponto da consciência a decisão de sair do armário é natural e representa o sentido da luta contra o preconceito, esse um inimigo quase sempre oculto e envolto em dogmas seculares que mesmo podres ainda resistem em pé.


Mas como impedir que o novo substitua o velho, como impedir a evolução do pensamento, como reprimir o que de fato é. Mais uma vez cito aqui Gandhi com sua desobediência civil, um homem que só, derrotou um império sem disparar um único tiro, ele foi apenas alguém que saiu do armário, que se assumiu e que disse não ao sistema.

O Brasil está vivendo um singular período de retomada, o debate está aberto e em meio a mudanças estamos aprendendo cada vez mais, aprendendo a dizer o que pensamos e a construirmos o nosso futuro a partir do aqui e agora e assim aprendemos também a votar, a buscar nossos direitos das mãos de quem nos ameaça.


È preciso sair do armário, não só desse armário pequeno e escuro da repressão sexual, mas do armário ideológico que se oportuna da ignorância e mascara o divino, que manipula o conceito e se fortalece no medo e na falcatrua, que oprime na busca da dominação através de mentiras postas como palavras de verdades em livros manipulados ao logo de séculos. Esse é o verdadeiro armário que como no mito da caverna de P latão, deturpa o real e constrói a cegueira da desinformação. Mas o século XXI vencerá e as ovelhas abandonarão o pastor se reconhecendo livres afinal, e não haverão mais santos ou demônios, nem medos e nem armários.
Coluna do Phil
Es Hoje

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