sexta-feira, 16 de setembro de 2011




Aos 68 anos de idade e prestes a completar 50 anos de carreira, a transformista Rogéria se define como um grande ator. “As pessoas acham que sou transexual, que estou operada, mas eu digo que não tenho cabeça de mulher, sou homem e não estou nada operada. Nunca tive pretensões de ser mulher, eu gosto de passar por mulher. Eu adoro ser homem, adoro ser Astolfo Barroso Pinto, pinto eu ainda tenho. No fundo é um trabalho de ator, isso é muito gostoso para mim”, contou Rogéria ainda no camarim, antes da estreia do monólogo “Rogéria e os Astolfos”, no Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira (13).

O espetáculo é um musical, em que o transformista, ex-vedete e ex-maquiadora de TV, alterna números musicais em português, inglês e francês com confissões sobre a infância, o despertar de sua carreira profissional, o sexo e a transexualidade. No palco, o transformista é acompanhado por um grupo de músicos, “Os Astolfos” (Rodrigo Revellis no sax, Paulo Proença na percussão e Otávio Santos no teclado e direção musical).
Sem pudor, Rogéria improvisa no palco. "O babado era saber que eu era homem, se não, não tinha graça. Gosto de parecer mulher, mas prefiro ser homem mesmo”, diz num tom descontraído e bastante humorado. “Eu não sofri porra nenhuma. As pessoas perguntavam se eu tinha sofrido, não sofri nada. A minha mãe nunca teve vergonha de mim. Eu era bem viadinho e ela disse ‘você já era um artista’. Ai como eu pintava o sete”.
O espetáculo, explica Rogéria antes de subir ao palco, é a “minha vida contada e recontada, o meu stage o meu palco. Quero que o público venha se divertir comigo”. Para o artista, sem o salto nada acontece. “Não posso mais descer do salto. Depois que virei Rogéria, tenho que respeitar meu público. Na rua, o povo quer falar comigo”, comenta.
Gay 1

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