quarta-feira, 21 de março de 2012

O início do ano letivo em uma escola pública de Santo Ângelo, RS, tem sido traumático para um adolescente de 15 anos. Vítima de preconceito, o garoto foi agredido por um colega após revelar sua orientação sexual. Em tom de desabafo, ele procurou a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e fez um relato da violência que sofreu na saída do colégio, à luz do dia.

"Venho sendo agredido desde que me assumi gay", diz o garoto, que foi atingido a socos e pontapés por um colega do lado de fora da Escola Estadual Onófre Pires. "Depois das ameaças diárias, um colega me esperou do lado de fora e começou a me agredir. Isso foi durante o dia. Muitas outras pessoas viram o que aconteceu e me ajudaram, mas não sei se fariam isso se soubessem quem sou", desabafa. “Tenho medo que aconteça alguma coisa comigo. Quero que alguém me ajude, antes que eu vire mais um nas estatísticas de vítimas da LGBT".
A família do estudante tirou o menino da escola e o transferiu para um colégio particular do município. A mãe diz que o filho está bem fisicamente, mas que a agressão abalou o lado emocional do garoto. "Ele está muito abalado com tudo que aconteceu. O problema dele agora é psicológico. Todos nós ficamos muito chateados com o que aconteceu. Espero que não se repita", diz a mãe.
O episódio fez com que a Polícia Civil instaurasse um procedimento para investigar as circunstâncias do fato. A titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente da região, Elaine Maria da Silva, acredita que o caso possa ser resolvido em um mês. "O menino diz que foi vítima de homofobia, mas o fato foi registrado como lesão corporal na delegacia. Estamos investigando tudo que aconteceu. Dentro de 30 dias vamos encaminhar ao Ministério Público", afirmou.
Já Adelino Jacó Seibt, coordenador da 14ª Coordenadoria Regional de Educação, em Santo Ângelo, diz que está tomando todas as providências necessárias para evitar que agressões como essa se repitam. “Estamos realizando palestras para professores e alunos em todas as escolas da região para que isso não aconteça novamente. É o máximo que podemos fazer”, afirma. A escola disse que não irá se pronunciar.
Gay 1

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