terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Médico influente no Brasil, Dráuzio Varella escreveu mais um artigo em prol da comunidade LGBT. Publicado pela Folha de São Paulo no sábado, 4, ele defendeu o direito de ser homossexual e utilizou várias teses para derrubar argumentos homofóbicos. Ano passado, Dráuzio escreveu um texto em que defendia as travestis.
No artigo, o médico diz que em todas as épocas e civilizações sempre existiu a homossexualidade, mas que muitas pessoas consideram o ato homossexual como antinatural. “Se partirmos de princípio tão frágil (Deus fez os órgãos sexuais para a procriação), como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer a língua para articular palavras?”
De acordo com o médico, os argumentos de que a homossexualidade é uma perversão humana cai por terra quando ela também é encontrada entre outros animais. “Comportamento homossexual foi documentado em fêmeas e machos de ao menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, coelhos, gatos, cabritos, poços, antílopes, macacos e até leões, os reis da selva.”
Dráuzio também fala sobre aqueles que consideram a homossexualidade uma escolha: “Quer dizer, num belo dia, pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas, como sou –sem-vergonha, prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo. Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.”
O médico alega que a sexualidade não admite opções e que é possível controlar o comportamento, mas nunca o desejo. “O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.”
Ele também afirma que o comportamento homossexual é tão legítimo e inevitável quanto a heterossexualidade e que reprimi-lo é um ato de violência. “Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser nazistas a ponto de pretender impor sua vontade aos mais esclarecidos.”
Dráuzio finaliza perguntando ao leitor o que de fato muda na vida de uma pessoa o fato de a colega do escritório gostar de mulher, do vizinho se deitar com outro homem, ou de o apartamento de um gay ser herdado pelo sobrinho ou por um companheiro que conviveu por mais de 30 anos.

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