quarta-feira, 29 de junho de 2011

O infeliz comentário do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer

Arcebispo Metropolitano de São Paulo a respeito da Parada Gay que lotou a Av. Paulista com mais de 4 milhões de pessoas, demonstra bem a arrogância de quem se pressupõe dono da verdade.
Como tema, a Parada levou a frase “Amai-vos uns aos outros”, na expectativa de amenizar os crimes homofóbicos que se espalham pelo Brasil em nome da fé cristã, da família e principalmente dos proclamados dogmas morais.
O Sr. Arcebispo concluiu sua fala indignada, dizendo da Igreja Católica se sentir ofendida com as imagens de santos, principalmente São Sebastião cultuado pelos gays, com apelos sensuais e eróticos.
Mas tudo não passa de uma idealização, a própria imagem de Jesus é idealizada a partir da imagem do deus da mitologia romana Apolo, o deus sol, que era adorado pelo imperador Constantino, que ao se dizer convertido, passou a adorar Apolo na figura de Jesus, o que foi aceito pela arte renascentista que passou a representar Jesus com os olhos azuis, cabelos longos e sedosos, uma barba bem aparada e de uma pele branca sem manchas. Características incompatíveis com o biótipo árabe principalmente naqueles tempos .
Se a própria imagem de Jesus foi deturpada ao bel prazer de quem o adora, talvez para facilitar essa adoração, porque os gays não podem transformar seus santos de devoção também a seus próprios arquétipos , o processo é o mesmo, e o mesmo se dá com a frase atribuída a Jesus o “Amai-vos uns aos outros”, onde está o erro de se usar um apelo tão altruísta em prol da promoção do amor e do respeito? O fato de sermos gays? De sermos minoria? De lutarmos pelos nossos direitos sem nos deixarmos levar pela dominação ideológica? Por sermos minoria e não nos deixarmos esmagar pelo preconceito do estigma?
Desculpe Sr. Arcebispo mas temos o direito sim de idealizarmos nossos santos da mesma maneira que sua crença fez e de interpretarmos as parábolas ao nosso jeito, da mesma maneira que sua igreja fez.
Outro caso recente e curioso é o do Sr. Jeronymo Villas Boas, Juiz do estado de Goiás que em desrespeito aos STF, cancelou o reconhecimento dos direitos civis do primeiro casal gay a usufruir dessa prerrogativa legal no Brasil.
Ele se diz que não é homofóbico mas age como se fosse, suas palavras são cheias de aversão e preconceito. Ele falou que sua decisão nada tem com a sua religião, ele é pastor da Assembléia de Deus, mas se disse incomodado, nem imagino como, por Deus que o compeliu a tomar essa atitude. Quanta contradição.
Em recente entrevista ao programa Fantástico da rede Globo, esse referido juiz criou a hipotética situação de um estado formado somente por gays em uma hipotética ilha deserta , esse estado não sobreviveria a uma geração.
A esdrúxula hipótese , me surpreende por ser de um juiz, de que adiantou tanto estudo para tanta estupidez.
Caro Sr. Jeronymo, nós gays não queremos uma sociedade só de gays, isso é impossível, pois o que é mais importante na humanidade é a sua própria diversidade, o que propomos é o cultivo do respeito e da liberdade de cada um, assim podemos prever não uma sociedade de gays e nem de heteros, nem de cristãos e nem de mulçumanos, mas de harmonia ao que cada um é. Devemos respeito a essa diversidade que é a verdadeira maioria social do mundo.
Vamos esperar que a justiça de verdade prevaleça mais uma vez, e o STF se pronuncie ante esse desrespeitoso magistrado.
By Phil - ES Hoje

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