terça-feira, 13 de março de 2012

Coluna doPhil

Na era do Pós- Gênero,



“...Minha porção mulher que até então se resguardara é a porção melhor que trago em mim agora, é a que me faz viver.” – Gilberto Gil


Aos 60 anos o cartunista Laerte se descobriu transgênero, tirou do guarda- roupas todas as suas roupas masculinas, não ficou nem uma cueca, brinca ele. E passou a se vestir como uma mulher, sutiã, calcinha, saia, saltos altos, pinta as unhas e se maquia, e segue o seu dia a dia em casa, no trabalho, na padaria, enfim, leva uma vida normal vestido de mulher.


Ao classificar os gêneros hoje, não dá para ser só homem e mulher apenas, o ser humano é múltiplo na sua diversidade. Na Austrália, os documentos passaram a trazer as alternativas: Masculino, Feminino ou Indeterminado, para que o cidadão manifeste sua orientação sexual livremente. O mais interessante e que em muitos casos a pessoa prefere se posicionar como transgênera, ou sem gênero definido.


Laerte é casado, avô e não consegue se definir homossexual, no máximo bissexual, definição cada vez mais usada ultimamente, assim Laerte não se preocupa com um rótulo, acredita estar vivendo a era do Pós- gênero.


O mundo pop está acostumado a conviver com Boy George, cantor e compositor assumidamente gay. Boy George tem a identidade de gênero masculina, mas se veste como requintes femininos. Antes de entrar para o mundo da música, ele foi um bem sucedido pugilista. Com sua aparência ambígua o cantor já protagonizou muitas cenas confusas em hotéis e aeroportos.


Também uma personalidade do mundo artístico o cantor Marilyn Mason, se tornou um ícone do pós- gênero, não dá pra definir seu status sexual, até seu nome foi construído de forma a absorver todas as identidades de gêneros. Mas Hollywood já convive com a transgeneralidade a algum tempo, o diretor Ed Wood se classificava como heterossexual mas se vestia de mulher para, segundo ele, aquietar seu espírito.


São muitos e cada vez mais numerosos os casos dos transgêneros, uns estão acomodados por pressão social, muitos se manifestam de forma ostensiva, e outros, como Laerte, só se percebem ao entrarem na terceira idade ou morrem sem entenderem a si mesmos. E você? Já se percebeu em algum momento transgênero? Não só falando em atração sexual, mas também em sentimentos, atitudes e manifestações espontâneas de desejos ocultos? Eu, pelo meu lado, estou como Pepeu Gomes -“ Se Deus é menina e menino, sou masculino e feminino”.
Jorna ES Hoje 

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