segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Papel da televisão na Educação social.

O estudioso Erwing Goffman, ressalta em seu livro “Estigmas” a necessidade de se dar visibilidade ao estigmatizado para que assim, nesse processo lento e educativo, ele faça parte do cotidiano e a convivência pacifica seja implantada quebrando o preconceito.
Goffman tem razão ao afirmar que os meios de comunicação de massa são poderosas ferramentas nessa educação. No Brasil, temos a televisão como o mais influente dos veículos.


No caso da rede Globo muito tem sido feito para dar visibilidade aos gays, esclarecendo a sociedade de modo gradual e evolutivo. um exemplo disso é a atual novela “Insensato Coração” (Ricardo Linhares e Gilberto Braga), que no decorrer de sua estória , a questão homofobica vem sendo tratada com clareza e muita seriedade. Também no SBT na novela “Amor e Revolução” (Thiago Santiago) o assunto veio a baila e com ousadia promoveu o tão esperado beijo gay, mas talvez, sofrendo pressões, a rede de Silvio Santos retrocedeu e desistiu de dar continuidade ao assunto, da mesma forma a rede Globo, mesmo recebendo o apoio do ministério da justiça, que inclusive publicou um grande elogio a novela e seus autores no diário oficial, resolveu esfriar o romance dos personagens Hugo e Eduardo(Marcos Damigo e Rodrigo Andrade), porém mantendo o tema da luta contra a homofobia.

Se o processo educativo é lento, ele precisa ser constante e muitas vezes tocando em feridas, expondo situações e nomes para que na clareza da informação a sociedade se conscientize do mal que está sendo combatido, foi assim o caso de Chicão (Wendel l Bendelack) de “Insensato coração”, quando desabafou com Suely (Louise Cardoso) dizendo do sofrimento devido a homofobia domestica incitada pelo pastor da igreja freqüentada por seus pais. Ou quando Carol e Andrè (Camila Pitanga e Lázaro Ramos) falam da educação e das escolhas que uma criança tem que ter, independente da religião ou vontade dos pais. E as amigas Suely, Haidê e Zuleica (Louise Cardoso, Rosi Campos e Bete Mendes) que conversam a respeito da homofobia no dia a dia e vivem paulatinamente a quebra do estigma tal qual falou Goffman.


Isso é educação! Isso é responsabilidade social. Isso cumpre a função de concessão pública que a televisão tem. A telenovela tem essa atuação transformadora. Por isso as emissoras tem que tomar muito cuidado quando resolvem censurarem os autores deixando em nós um gosto amargo de mordaça, velho conhecido de quando tínhamos tanto a dizer, mas não podíamos falar.
Coluna do Phil
ES Hoje 


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